Não por acaso, a média do investimento brasileiro (na soma governo e setor privado) tem oscilado, nos últimos dez anos, entre 17% e 19%. Fica claro que com esse grau de investimento o País não tem como crescer além dos 3,5%. A China, por exemplo, vem crescendo nos últimos vinte anos a taxas em torno de 10%. Mas sabem qual é a taxa anual de investimento chinesa? Nada menos que 40%.
Dilma Rousseff que é economista formada e seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, sabem muito bem disso. E, por conta disso, estão preparando, agora, um programa de investimentos capaz de garantir um crescimento de 5% em 2012.
É um plano que privilegia muito mais o investimento do que o consumo, até porque é preciso estar de olho na inflação que está às portas dos 7% e vai ser aquecida com o choque de consumo provocado pelo aumento do salário mínimo, em janeiro: 14%. O maior em muitas décadas.
Mas os juros oficiais continuarão caindo, porque o governo precisa gastar menos com o pagamento de juros, (em torno de 220 bilhões de reais este ano) para poder investir mais. A taxa oficial (Selic) deve baixar para menos de 10% já no primeiro trimestre do próximo ano.
No pacote de investimentos (dentro de sua estratégia para alcançar uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto de 5%, apesar da crise internacional) constam concessões de rodovias, os leilões dos aeroportos, investimentos da Petrobrás, a segunda etapa do programa Minha Casa Minha Vida e o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).
A preocupação do governo é a de dar um sinal positivo ao setor privado. Assustadas com a crise econômica e com o baixo nível de atividade no País neste fim de ano, as empresas estão suspendendo e adiando planos de expansão.
Para animar os empresários, o governo deverá anunciar mais duas medidas de desoneração tributária. Uma vai cortar tributos de investimentos em equipamentos de infraestrutura de telecomunicações, como a instalação de cabos e fibras ópticas.
O Ministério das Comunicações estima que essa desoneração aumentará os investimentos em R$ 20 bilhões entre 2012 e 2016. Nesse período, o governo deixará de arrecadar R$ 4 bilhões, neste setor.
E haverá ainda corte tributário beneficiando a cadeia do etanol. Nesse caso, além da expansão do setor, o governo procura, concomitantemente, segurar a inflação, via barateamento dos combustíveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário