quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ainda sobre o caso das 40 chibatadas

A história progatonizada, ontem, pelo Chiquinho Maciel, levando 40 (número do PSB) chibatadas na Praça Sete (região central de Belo Horizonte) em protesto contra a ofensiva do prefeito Marcio Lacerda (que exonerou assessores ligados ao seu vice, o petista Roberto Carvalho), merece uma análise mais profunda.
Aparentemente, um ato de bom humor. Mas ele mascara uma profunda crise do PT de Minas Gerais.
Comecemos pelo fato de ser um ato isolado, midiático, totalmente focado na pessoa de Chiquinho. Este nunca foi o PT. Revela que as estruturas de debate e deliberação do partido estão interditados. Como não há espaço, o militante petista, que é secretário-geral do PT BH, resolveu chamar a atenção da mídia e ganhar espaço na marra. Chama para si a responsabilidade de atacar a frente liderada pelo ministro Fernando Pimentel que deseja reeditar a aliança PT-PSB, com apoio do PSDB, e reeleger Marcio Lacerda prefeito de BH.
O ato revela, ainda, como os parlamentares petistas dirigem totalmente o partido em Minas Gerais. E como as instâncias partidárias não têm qualquer poder real. Porque não há outra explicação para um secretário-geral, o segundo (para a esquerda, o primeiro) cargo mais importante num partido, ser obrigado a protagonizar esta ação isolada e midiática se tem poder. Os diretórios zonais do PT não existem. E a executiva municipal do partido está absolutamente nas mãos de parlamentares estaduais ou federais.

2 comentários:

José Carlos Bento disse...

Está se tornando um partido sem comando, ou um partido dividido. Apesar da democracia ser legítima, e a liberdade de expressão idem, uns estão deixando de lado a aliança vencedora com a atual administração municipal para se aliar ao grupo do Quintão - dá pra fazer, gente?- adversário político da última eleição. O PT nunca foi um partido oportunista, está na hora de assumir as alianças que fez no passado e trabalhar pela população. Sem vaidade em causa própria, gente.

Djalma Eudes disse...

Concordo Rudá. O pior, a meu ver, é que os diretorios zonais (ou regionais, da cidade) são, na realidade, pequenas máquinas a serviço das idiossincasias eleitoreiras que passaram a ocupar o lugar das ideologias de esquerda. Aliás, ser esquerda atualmente parece não ter o menor significado para estas figuras públicas que se beneficiam da máquina eleitoral que é a Prefeituras de Belo Horizonte.