O vereador Gêra Ornelas (PSB), que teria despachado de cuecas em seu gabinete na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, afirmou ao UOL Notícias, nesta quinta-feira (24), que encerrou a sua carreira política. Ornelas pediu a desfiliação da legenda ontem.
“Não estava aguentando mais aquela pressão. Isso me machucou muito. Eu tenho um trabalho social fantástico com igrejas, creches e pessoas carentes e deficientes. Mas ninguém lembrou disso. Aí, surge um episódio onde estava de bermuda, mas falaram que eu estava de cuecas. A coisa pegou de tal maneira que eu fiquei muito chateado”, disse o parlamentar, que afirmou ter sido vítima de uma “orquestração’.
“Não estava querendo me candidatar mesmo [à reeleição em 2012] e esse episódio foi o que faltava para eu tomar essa decisão. Eu resolvi e não vou mais mexer com política”, complementou Ornelas, que está no 4º mandato.
O vereador afirmou que não vai se filiar a outro partido e que se dedicará a projetos sociais.
De acordo com ele, seu astral melhorou após a decisão. “Eu melhorei o meu astral bastante, talvez uns 60%. Não quero mais mexer com política. Já cumpri o que tinha de fazer.”
Mesmo com a decisão, o político ainda corre o risco de ter o atual mandato cassado pelos seus colegas.
O corregedor da Casa Legislativa deverá se posicionar na semana que vem sobre a criação de uma Comissão Parlamentar Processante, que decidirá sobre o caso.
“Eu apresentei a minha defesa. Eu vou esperar o resultado, e a decisão que eles tomarem, eu vou acatar”, afirmou Ornelas.
Entenda o caso
A gravação que tornou o vereador conhecido nacionalmente faz parte de processo movido pelo Ministério Público contra ele. O político é alvo de duas ações nas esferas cível e criminal, com acusações de improbidade administrativa, concussão e lavagem de dinheiro. Segundo o órgão, pesa contra Ornelas a acusação de que reteve parte de salário de funcionário em troca da manutenção do emprego do servidor. Um suposto crime de pedofilia praticado por ele também está sendo investigado.
De acordo com o promotor de Justiça Eduardo Nepomuceno, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, ainda foram encontrados depósitos sem origem informada na conta do parlamentar da ordem de R$ 690 mil. O vereador nega tudo.
No âmbito criminal, Ornelas foi absolvido pela Justiça em setembro deste ano, mas o promotor afirmou recorreu da decisão. Na cível, o processo está em fase de sentença.
Um comentário:
2011 está parecendo um novo 1968.
Só que desta vez o ano é ímpar.
Estou estupefata com este emblemático 2011!
Postar um comentário