segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Vitória da direita chilena


A vitória de Piñera, no Chile, deve confundir parte dos brasileiros. Devem se perguntar o que teria errado Bachelet. O Chile é um país com muitas peculiaridades. Quando estive em Talca, sul de Santiago e reduto do Partido Socialista, há dois anos, fiquei impressionado com o grau de concentração do orçamento público e da política na capital chilena. Os socialistas tentavam alterar esta lógica (um secretário de governo de cidade polo não ultrapassava 1,5 mil reais, na época e o principais programas dependiam de transferência de recursos federais), mas não conseguiam, embora a Presidente fosse de seu partido.
Também me impressionou uma certa fragilidade de Bachelet. Em meio a um tiroteio a respeito de um decreto que ela teria assinado, Bachelet pedia desculpas por não ter lido corretamente o que havia assinado. Tive a impressão de grande oscilação política dos socialistas, ao lado de forte personalismo. Não me parecia que o governo federal tinha um projeto claro e pulso firme.

De qualquer maneira, o analista da emissora de televisão TVN, Oscar Godoy, disse que após este resultado, através das urnas, "fica enterrada a vinculação da direita chilena com Pinochet", segundo O Globo.
As propostas mais importantes que Piñera apresentou em sua campanha foram:
1) Planos sociais nas áreas de saúde e educação para os mais carentes;
2) Acesso à universidade para estudantes de famílias mais pobres (já que são pagas no Chile);
3) Manter as medidas implementadas por Bachelet, como a presença de creches nas áreas populares e as facilidades para mães solteiras poderem trabalhar;
4) Criação de "um milhão de empregos" nos quatro anos de mandato e combater a delinquência no país.

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