sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
O lulismo é o pai dos mais pobres
O texto de André Singer (ver nota mais abaixo) é mais relevante que as notícias veiculadas na grande imprensa dão a entender. A partir do cruzamento de várias pesquisas de intenção de voto (desde 89) percebe-se que Lula foi se deslocando da aceitação das classes médias e mais instruídas para as camadas mais pobres (até 2 salários mínimos mensais de renda). O ápice deste deslocamento ocorreu em 2006. Os dados apresentados são consistentes.
Este é o fundamento para Singer sugerir que o lulismo é bonapartista, justamente porque os muito pobres (lumpensinato, no jargão marxista) não se organizam enquanto classe ou grupo social, historicamente dependentes de um pai ou guia político.
A tese sobre o bonapartismo, confesso, parece-me algo forçado. Não que o lulismo não seja identificado como um pai protetor. A questão é que estes mais pobres estão em franca ascensão social. Neste caso, o conceito de bonapartismo ficaria incompleto já que a tendência seria da organização dos novos membros da classe média baixa.
De qualquer maneira, os dados analisados por Singer revelam a pujança do lulismo e, ainda mais, o forte impacto que estaria criando no mercado de consumo de massas e até mesmo na sobrevivência dos velhos formadores de opinião (lidos e ouvidos pela velha classe média).
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