sábado, 30 de janeiro de 2010

Davos: entre a afirmação e o populismo


Fala-se da crise do FSM, mas pouco se fala da crise do FEM (realizado em Davos). Talvez porque um tem o irresistível charme da burguesia que o outro não tem. Mas, vamos aos fatos. Davos premia Lula. Contudo, nas mesas de debate, critica seu governo e sua performance. E, pior, critica a partir da lupa que já utilizava antes da queda do Muro do Neoliberalismo. É interessante como o mundo gira rápido e os discursos tornam-se gastos em poucos minutos. Este é o sentimento ao ler que John Coatsworth, reitor da Escola de Asuntos Públicos e Internacionais da Universidade de Columbia, sugeriu que o entusiasmo internacional pelo Brasil está diretamente vinculado ao fim do modelo protecionista e ao controle da inflação. Convenhamos que o controle da inflação é, realmente, um fio condutor da retomada do crescimento tupiniquim. Mas destacar o fim do modelo protecionismo é desconhecer o que é o lulismo e a onda internacional que atinge todos países após a crise de outubro passado estourar. Este argumento, que rondou várias exposições em Davos, adota estilo passadista. Parece que o Fórum Econômico Mundial não deseja dar luz às mudanças mundiais. Preocupa-se apenas com a imagem externa (continuando com discurso de sempre no que tange ao público interno). Uma pena. Retomou o populismo.

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