A grande imprensa mineira foi objeto de muita crítica a respeito da cobertura do governo Aécio. Há, na internet, material farto a respeito de uma espécie de censura branca que o governo estadual impôs por estas bandas. Contudo, ao ler o livro de Reali Jr. fiquei pensando se não haveria, também, uma deficiência de formação dos jornalistas e editores. A pauta política dos jornais mineiros é excessivamente marcada pela agenda oficial. Notas oficiais se transformam em notícia. Aqui ocorre algo que se comenta muito em relação à jovens talentos do futebol brasileiro e que são exportados muito cedo. Os jornalistas que se destacam um pouco são rapidamente transferidos para São Paulo ou Rio de Janeiro (principalmente São Paulo). Encontrei, outro dia, a ex-âncora do Bom Dia Minas no shopping Higienópolis com a equipe de jornalismo local. Se transferiu para lá. Vejo um outro jovem repórter na bancada do Em Cima da Hora, da GloboNews. Chico Pinheiro já está por lá faz tempo. Sem contar a "velha guarda": Fernando Mitre (Bandeirantes) e Gabeira.
Existem talentos comprovados, como o de Daniela Arbex, da Tribuna de Minas, de Juiz de Fora. E bons profissionais correspondentes do Valor (como Cesar Felício), Folha e outros grandes jornais não-mineiros.
Mas o que ocorre com os jornalistas de jornais mineiros? Haveria uma dificuldade de mercado, para além da censura velada dos governos? A crise permanente de queda de vendagem dos jornais mineiros - que os coloca no colo dos políticos governistas - estaria destruindo a carreira local de nossos jovens talentos?
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