sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Onda de ocupações em Prefeituras e Câmaras Municipais

No mês mais brabo do ano, a tática de manifestantes passou a ser ocupação de Prefeituras e Câmaras Municipais. Relato, abaixo, as ocorridas em três capitais do sudeste. Mas há registros de muitas ocupações similares Brasil afora, durante o mês de julho, como em Porto Alegre, Belém, Santa Maria (RS) e Salvador. 

Rio de Janeiro
No último dia de julho, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro foi ocupada por manifestantes (foto que ilustra esta nota). A ocupação foi precedida por um ato na Cinelândia que envolveu 1.500 pessoas. De lá, caminharam até o Ministério Público e cobraram a renúncia do governador Sérgio Cabral. Naquele momento, decidiram ocupar a Câmara. Os ocupantes sofreram agressões da PM, que os retiraram da Câmara. De lá, foram para a frente da casa do governador Sérgio Cabral, no Leblon e organizaram um novo acampamento que leva o nome de OcupaCabral.
No dia seguinte, os vereadores voltaram a trabalhar após o fim do recesso parlamentar. No mesmo dia, uma nova manifestação reuniu mais de 700 pessoas na Rocinha para cobrar do Estado a responsabilidade sobre o desaparecimento de Amarildo de Souza, pedreiro que sumiu no dia 14, após prestar depoimento na UPP da comunidade.
Apesar do ato ter sido pacífico, os ocupantes foram retirados brutalmente pela polícia militar, com o uso de spray de pimenta e bombas de efeito moral.

São Paulo
Um novo protesto ocorreu ontem e fechou a avenida Paulista às 20h. Manifestantes e PMs entraram em choque nas proximidades da rua Bela Cintra. A polícia acusou o grupo de atirar bombas caseiras e pedras contra a tropa, que reagiu, chegando a arrastar pela rua um dos detidos. Na semana anterior já havia ocorrido uma manifestação que terminou em atos de violência e depredação. Ontem, apesar das conversas entre PM e os manifestantes antes de começar a passeata, houve dois princípios de tumulto. Em um dos casos, a confusão começou quando um PM tirava fotos dos manifestantes que participam da passeata pela avenida Brigadeiro Luís Antonio, no centro de São Paulo. Houve empurra-empurra e um PM da Rocam acabou golpeando uma garota, que foi socorrida por uma colega. O grupo então cercou policiais contra a parede e passou a jogar pedras. Marcha só seguiu contra outro grupo pediu calma e liberou os PMs cercados.

Belo Horizonte
Manifestantes ocuparam a Câmara Municipal ontem, quando os vereadores voltaram do recesso. É a segunda ocupação do parlamento em dois meses. Duas pessoas fazem greve de fome. A ocupação ocorreu depois de um protesto nas galerias da Câmara envolvendo, inicialmente, apenas seis pessoas. À noite, mais pessoas se juntaram à ocupação. Os manifestantes pedem uma audiência publica do prefeito Marcio Lacerda para prestação de contas e a abertura das planilhas da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans).
No começo desta semana, a sede da Prefeitura de Belo Horizonte foi ocupada. A ocupação foi organizada pelas Brigadas Populares, pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas e pela Assembleia Popular Horizontal. De acordo com o Executivo Municipal, cerca de 50 pessoas estão concentradas no hall de entrada do gabinete do prefeito Marcio Lacerda. Outras 100 pessoas estavam, ontem, na rua, prestando solidariedade aos ocupantes.
Em nota, divulgada por volta das 15h10, a assessoria da administração municipal afirmou que o governo havia se reunido com os ocupantes e que a prefeitura se comprometeu a fazer, no próximo dia 8, uma reunião, com a presença do prefeito Marcio Lacerda, para discutir temas relativos à política habitacional do município. Os manifestantes retrucaram afirmando que este encontro já estava agendado e que não contempla a pauta de reivindicações das ocupações urbanas.
Na área externa do prédio, o policiamento foi reforçado.

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