Ontem à noite, debati com o pessoal da Assembleia Popular Horizontal de BH e do Comitê dos Atingidos pela Copa (COPAC) que lideraram as manifestações de junho na capital mineira.
Foi na UNA, organizado pelo curso de comunicação da universidade.
Joviano Mayer, do COPAC e das Brigadas Populares, apresentou uma interessante leitura das manifestações. Vou resumi-la:
1) As manifestações de junho não pediram reforma política e houve nítido confronto com a polarização PT X PSDB;
2) Foram típicas rebeliões urbanas que criticaram as "Cidades Presas", a lógica de administração das cidades vinculadas aos interesses e instrumentos empresariais;
3) As obras vinculadas à Copa do Mundo e Olimpíadas preveem 170 mil remoções no país. Somente em BH, o viaduto na Avenida Antonio Carlos já atingiu 60 famílias da comunidade Recanto FMG. Os valores indenizatórios são baixos, os apartamentos oferecidos para reassentamento possuem 42 metros quadrados e não atendem ao número de filhos da maioria dos casais atingidos. Trabalhadores informais estão sendo perseguidos e presos;
4) Finalmente, citou a militarização das periferias, que estão sendo ocupadas por unidades formadas para atacar inimigos, não para integrar populações, citando as UPPs.
Matheus Cherem e Paulo Rocha abriram, por sua vez, um importante debate sobre a crítica às vanguardas e partidos políticos. Reafirmaram o que a imprensa não diz: em BH houve convergência das esquerdas, de militantes partidários aos anarquistas e autonomistas, prevalecendo a lógica da democracia direta.
E citaram iniciativas que já articulam várias assembleias populares Brasil afora, incluindo participantes de eventos até da Turquia. Finalmente, citaram o site que criaram para divulgar agendas, pautas e debates: ver AQUI
Dia 28, estaremos fazendo um balanço do que as manifestações de junho provocaram, dois meses depois. Já divulguei neste blog.
Um comentário:
Era bom gravar estes eventos.
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