Interessante como ele retrata a maneira como tucanos avaliaram a crise do mensalão em 2005.
Daí, passa para análise de como a fogueira de vaidades no interior do PSDB se repete atualmente. Manhosamente, Cesar Maia sugere subliminarmente que Serra é mais capaz. Não sem dar uma no cravo e outra na ferradura.
Enfim, sua análise é preciosa porque revela como o campo oposicionista está se decompondo às vésperas das eleições.
PSDB: A HISTÓRIA SE REPETE... LEMBRAR KARL MARX EM “O 18 BRUMÁRIO DE LUIS BONAPARTE”!
1. No último trimestre de 2005, ano do mensalão do PT, a avaliação de Lula caiu para o entorno de 30% de ótimo+bom e 30% de ruim+péssimo. As provas documentadas na CPI (vide depoimento de Duda Mendonça) abriam um processo de impeachment do presidente. A alta direção do PSDB, preocupada com a reação que viria, adotou como lema de orientação: “Deixa ele sangrar”.
2. E iniciou uma disputa interna no PSDB para ver quem seria “nomeado” presidente da república. Essa disputa gerou uma paralisação da oposição, que passou a ciscar para dentro. As informações vazadas para a imprensa priorizavam o tema: quem será o candidato do PSDB? A intenção de voto pelo Datafolha em 15/12/2005 dava a Serra 36% e a Lula 29%, mesmo número de sua avaliação positiva.
3. Finalmente, quando o PSDB decidiu, depois de idas e vindas e no simbólico mês de março (2006), a contraofensiva de Lula já havia resultado. Em 07/04/2006 o Datafolha dava a Lula 37% de ótimo+bom e 23% de ruim+péssimo. A diferença entre aprovação e rejeição havia saído de 0% e subido para 14%. Foi o início da derrota.
4. Agora, em 2013, exatamente no mesmo último trimestre do ano anterior à eleição presidencial, a história se repete. Marx dizia que a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. E a data marcada para a decisão é o mesmo e simbólico mês de março. Todos os dias saem notas e entrevistas na imprensa. Vaidade? Ingenuidade? Suicídio?
5. Em matérias na Folha de SP (09) e Estado de SP (09), Serra compara o PSDB à Madame Bovary e diz que o partido padece de bovarismo. Lembre-se que Madame Bovary –desesperada com as dívidas que contraiu e o abandono de seus amantes- vai à drogaria, compra arsênico em pó, ingere e comete suicídio. A analogia encontrada por Serra é, no mínimo, de mau gosto e certamente injusta.
6. (Folha de SP, 09) 6.1. O ex-governador paulista José Serra fez ontem duras críticas ao PSDB. Ele usou o termo "bovarismo", em referência ao romance "Madame Bovary", de Gustave Flaubert, para descrever um dos problemas da sigla. "Me desculpem as mulheres, porque é mais complexo que isso, mas a madame Bovary queria ser aceita pelo outro. Ela vai à loucura, quebra a família, trai o marido com Deus e o mundo para ser aceita. E o PSDB tem um pouco de bovarismo, de precisar ser aceito pelo PT", disse Serra durante palestra no Diretório Estadual do PSDB paulista.
6.2. Serra fez críticas veladas ao senador Aécio Neves (MG), favorito no PSDB para disputar a Presidência. "O PT faz um leilão mal feito como o do campo de Libra. E o que faz o PSDB? Sai dizendo: Olha aí, eles sempre foram contra a privatização e agora estão fazendo a privatização'. Isso dá voto? Nenhum", disse Serra. O paulista disse que, no PSDB, "se confunde o fato de que a economia deve ser aberta com a ideia de que o mercado vai resolver tudo": "É um desvio do mercadismo".
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