Ainda sobre Black Blocs

Durante as entrevistas que fiz com jovens manifestantes juninos para compor meu livro "Nas Ruas", fui apresentado à coleção "Baderna", da editora Conrad. Nunca tinha ouvido falar. Tentei adquirir os livros em várias livrarias de BH, SP e RJ. Estive pessoalmente nas livrarias e conversei com livreiros experientes. Até que um livreiro do Rio de Janeiro, acessando a internet na minha frente, achou o site dos Livreiros Virtuais (ver AQUI ). Pátria salva. Enviei email e em dois ou três dias já tinha os livros na minha mão.
Estou acabando de ler o "Urgência das Ruas: Black Block, Reclaim The Streets e os dias de Ação Global". O Reclaim The Streets é um movimento inglês dos anos 1990 e embora seja muito citado pelos anarquistas que entrevistei, não é tão conhecido pelos tupiniquins como os BB. Aliás, os manifestantes gostam de citar que suas ações fazem parte do movimento Ação Global que foi incentivado pelo Reclaim The Streets (que eles carinhosamente apelidam de RTS). O RTS, assim como os BB, é um movimento anarquista. Mas também ecológico, que critica o uso de automóveis como prioridade para o transporte nas cidades. Daí ocuparem as ruas e espaços públicos com longas caminhadas e pedaladas (o que fez das manifestações de junho um imenso campo de experimentação).
Um mundo paralelo que os que possuem mais de 30 anos normalmente desconhecem. E que a grande imprensa nem imagina que exista.
Ahh! Anarquista adora pseudônimo. O "organizador" do livro, Ned Ludd, foi líder do movimento ludista, aquele que destruía as máquinas das fábricas de meias no final do século XVIII, gerando um importante movimento anti-industrial (espinafrado por Marx e marxistas).