sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Haddad e Alckmin disputam o melhor factóide

O eleitor paulista ou gosta de ser enganado ou está arrancando os cabelos.
Governador e Prefeito de São Paulo (até os nomes do Estado e Município ajudam a confundir tudo) disputam, nos últimos dias, quem cria o melhor diversionismo por conta da gestão sofrível. Haddad vem de fiscais que criaram um rombo de meio bilhão de reais nos cofres da Prefeitura. Esquentando a concentração, hoje um diretor da incorporadora Brookfield admitiu que pagou propina aos fiscais da Prefeitura para liberar 20 empreendimentos do pagamento de ISS devido. Fiscais levaram a bagatela de 4 milhões de reais.
Alckmin corre para ganhar o título de Haddad. Mas parece que está afobado em demasia. Criou o factóide de vítima: teria sido objeto de juramento de morte pelo PCC. O problema é que tinha que acertar tudo com o adversário. Seu ex-secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, veio à público dizer que o governador paulista exagerou. Fiquei com vergonha de reproduzir a frase certa, mas respirei fundo e vou repetir. Pinto afirmou que Alckmin tentou faturar politicamente com estas supostas ameaças de morte que já eram conhecidas desde 2011 e foram desconsideradas por seu governo por falta de credibilidade. Corajoso este Antônio Ferreira.
Momento de baixa na safra de políticos paulistas. Alguns dizem que também falta uma boa safra de atores. Mas já seria outro assunto.


2 comentários:

Airton disse...

Professor, então o senhor acha mesmo que no caso do Haddad é um factóide? ou seja, o rombo de meio BI é invenção? Pelo que entendo, "factóide" é um fatozinho bobo que alguém queira transformá-lo num fato importante. Desculpe minha ignorância.
Um abraço.

Airton.

Rudá Ricci disse...

Airton,
Acho Haddad o fruto da imposição de um tecnocrata como liderança política. Revela que não basta ser técnico para ser gestor público. É preciso ter paixão e procurar convencer o outro, ter escuta. Haddad já tinha tentado um factóide com o aumento de dias letivos, um total absurdo. Criou a política educacional mais autoritária da história pós-ditadura no nosso país, impondo a nacionalização de currículos - sem qualquer discussão com o meio educacional - via IDEB, ENEM e ENADE. A história do rombo dos fiscais da Prefeitura vai longe e você logo descobrirá que ele mergulhou neste assunto para se livrar das cobranças incômodas que não sabe responder. Daí se tornar um factóide, não pelo problema em si, mas pelo uso político de caráter diversionista. Uma vergonha para a história da esquerda brasileira.