O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reafirmou que o carro-chefe do crescimento brasileiro não será mais o consumo, mas o investimento. Posição que converge, em parte, com os argumentos apresentados pela Ministra do Planejamento sobre as prioridades do orçamento de 2014: infraestrutura, logística e políticas sociais como "motor do crescimento para o próximo ano". O PAC, teria dito a ministra, representou um aumento de 51% do investimento público em infraestrutura numa taxa anual duas vezes maior que o crescimento do PIB.
Tudo bem, desde que a taxa de investimento global (envolvendo o setor privado) supere a alavanca do consumo.
Ocorre que o departamento de pesquisas do Deutsche Bank, a despeito dos interesses do setor financeiro) afirmou, desde o início de 2012, que o fôlego do crescimento brasileiro não ultrapassa, nos parâmetros atuais, 4% ao ano, justamente porque a baixa produtividade e dificuldades de investimentos empacam a expansão do PIB. O modelo adotado pelo banco para chegar a tal conclusão é o índice de crescimento que não gera pressão inflacionária. A taxa de poupança variou ao redor de 16% do PIB na última década e o investimento ficou ao redor de 17%. Educação, carga tributária e infraestrutura aparecem no rol de causas para o baixo investimento produtivo.
Em 2012, a taxa de investimento caiu de 19,3% para 18,1%. Queda de 2,3% na agropecuária e 0,8% na indústria. A taxa de investimento no primeiro trimestre deste ano (2013) foi de 18,4% do PIB, abaixo dos 18,7% do primeiro trimestre do ano passado, quando o PIB despencou. Também é a menor taxa do primeiro trimestre desde 2009. Segundo o IBGE, a taxa de poupança foi de 14,1% neste primeiro trimestre, a menor taxa desde 2003.
No Brasil, vivemos um problema histórico da taxa de poupança não acompanhar os momentos de crescimento econômico do país. Veja, abaixo, a curva da taxa de investimento em relação ao PIB.
E assim, a roda gira.
O princípio parece perfeito. O problema é como se apresenta na prática.
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