O Instituto C&A acaba de publicar um estudo intitulado Vida em Rede, coordenado por Cássio Martinho. Um dos capítulos é elaborado por Ilse Sherer-Warren, da UFSanta Catarina, autora que utilizo como referência para meus estudos sobre movimentos sociais, desde minha pesquisa para o mestrado.
O texto de Ilse recebe o título de Redes da Sociedade Civil: advocacy e incidências possíveis. Como sempre, a autora procura elaborar uma síntese sobre o conceito. Ilse sugere três tipos de redes:
1. Redes sociais: seriam comunidades ao redor de afinidades e causas comuns (redes de parentesco, redes religiosas, recreativas e associativas);
2. Coletivos em rede: articulações entre organizações ao redor de metas e difusão de informações;
3. Redes de movimentos sociais: conexão simbólica e solidária, envolvendo campos de conflito e/ou mudanças sistêmicas.
Estas redes se estruturam a partir de níveis estratégicos distintos. Ilse sugere quatro níveis: organizações de base (ongs), mediadoras, mobilizatórias (mutirões e campanhas) e movimentalistas.
Trata-se de uma aproximação à sistematização de tema tão recente. De qualquer maneira, Ilse faz uma classificação que possibilita compreender - e fundamentar - uma lógica social mais complexa do que as teorias do século XX se propunham analisar. Existe uma realidade de estruturas em rede que oscila entre a fluidez e a articulação política, algo entre estruturas organizativas clássicas e inovações de tipo structural holes.
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