Belo Horizonte ainda é marcada pelas duas gestões petistas que criaram dois paradigmas distintos. Este foi o mote de minha fala no seminário do PSB de hoje.
O primeiro paradigma foi implementado por Patrus Ananias. Trata-se do modelo petista de governar em sua origem: inversão de prioridades (priorizando investimentos e serviços nas periferias da cidade) e participação popular na gestão (em especial, o orçamento participativo). Patrus, contudo, não definiu uma identidade para a cidade como tantos outros governos de esquerda projetaram na Europa, como Barcelona (governo PSOE, que destacava a necessidade de criar uma "utopia de cidade".
O segundo paradigma foi construído por Fernando Pimentel. Desmontou tudo o que Patrus havia construído. Pimentel procurou projetar BH como cidade global. Para tanto, investiu em grandes obras, procurando transformar a capital mineira em pólo de atração do turismo de negócios e indústrias de ponta (daí o território sediar uma APL - arranjo produtivo local - neste segmento.
Ocorre que ambos projetos para BH parecem precocemente desgastados. E a gestão de Márcio Lacerda não sinaliza claramente o rumo que deseja tomar. Sediando as Olimpíadas e a Copa do Mundo de Futebol, a cidade do Rio de Janeiro já atrai a atenção de investidores internacionais. Este tema, inclusive, é matéria da The Economist que se pergunta onde melhor investir no Brasil, se Rio de Janeiro ou São Paulo.
A questão é: e qual é o lugar reservado para BH?
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