Meu caro Heron Guimarães,
Li seu comentário sobre a disputa da Prefeitura de Contagem, partindo do ponto de vista de que não se repete nas cidades polo e da Região Metropolitana o mesmo processo de Belo Horizonte. Concordo com esse ponto de partida e com o conjunto e a linha geral de seu discurso descritivo e analitico de alguns aspectos e personagens públicos envolvidos na contenda.
Tomo a liberdade de listar algumas observações, especialmente sobre a minha presença nesse cenário, apesar do acerto global de sua visão e da complexidade da politica em Contagem, meu amigo Heron, colega de jornalismo. É uma contribuição a um profissional competente na sua arte de informar e interpretar.
Li seu comentário sobre a disputa da Prefeitura de Contagem, partindo do ponto de vista de que não se repete nas cidades polo e da Região Metropolitana o mesmo processo de Belo Horizonte. Concordo com esse ponto de partida e com o conjunto e a linha geral de seu discurso descritivo e analitico de alguns aspectos e personagens públicos envolvidos na contenda.
Tomo a liberdade de listar algumas observações, especialmente sobre a minha presença nesse cenário, apesar do acerto global de sua visão e da complexidade da politica em Contagem, meu amigo Heron, colega de jornalismo. É uma contribuição a um profissional competente na sua arte de informar e interpretar.
1) Não pleiteio a condição de vice. Não pleiteio nada. Apenas tenho recebido apelos, conselhos e sugestões de amigos, por ser morador de Contagem desde 1975, onde nasceram e cresceram meus 3 filhos, minha enteada e onde vivi a saga do Jornal dos Bairros, junto com os jornalistas Edson, Martins, Dione, Nilmário, Helena, Durval, Stael, Amarildo e tantos outros, lideranças dos bairros. Os amigos contagenses, na sua amizade e generosidade, inclusive nas ruas, me falam não só de vice mas também da função de prefeito. O que não deixa de mexer com a gente por dentro, sacudindo a nossa paixão pela república e pelo povo contagense.
2)Explica também esses apelos e sugestões, o fato de ter sido deputado federal por três mandatos, durante 12 anos, embaixador em Cuba por 4 anos, Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do governo Itamar, presidente do PT de Minas na década de 90 e coordenador do Comitê Suprapartidário de Anastasia, Aécio e Itamar em Contagem nas últimas eleições.
3) Você levanta, nas entrelinhas, a possibilidade de compor o PSB através de Leonardo ou deste escriba, com Durval (PT), Carlin (PCdoB) ou Ademir Lucas (PSDB). Você tem razão: são meras possibilidades com graus diferentes de passarem a probabilidade e até mesmo a realidade.
2)Explica também esses apelos e sugestões, o fato de ter sido deputado federal por três mandatos, durante 12 anos, embaixador em Cuba por 4 anos, Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do governo Itamar, presidente do PT de Minas na década de 90 e coordenador do Comitê Suprapartidário de Anastasia, Aécio e Itamar em Contagem nas últimas eleições.
3) Você levanta, nas entrelinhas, a possibilidade de compor o PSB através de Leonardo ou deste escriba, com Durval (PT), Carlin (PCdoB) ou Ademir Lucas (PSDB). Você tem razão: são meras possibilidades com graus diferentes de passarem a probabilidade e até mesmo a realidade.
a) Durval Ângelo: 30 anos de amizade, de companheirismo, de fraternidade na caminhada na Igreja da Libertação. Operamos juntos na construção do PT em Contagem e Minas. Fizemos dobradinha para deputado diversas vezes. Éramos da mesma tendência petista a Tribo. Ele me defendeu com todo vigor junto com a dirigente Cida, sua assessora, quando ameaçaram me expulsar sumariamente, sem comissão de ética, sem direito de defesa, do PT. Eu também, várias vezes, vim correndo de Brasilia (deputado federal) para me solidarizar com o guerreiro Durval ameaçado de morte em suas posturas ousadas e corajosas. Certa complexidade existiria em ajustar nossas visões politicas hoje, nossas práticas politicas atuais, nossos
compromissos assumidos. Como superar? E também teria de ser convidado ... Ambos encaramos a politica como algo que emerge de nossas entranhas: politica e vida, fé e politica.
b) Carlin Moura. O que nos aproxima é a nossa tendência de esquerda: ele comunista pelo PCdoB e eu socialista-democrata pelo PSB. Dos 5 partidos clandestinos aos quais pertenci, PCdoB foi o úitimo em SP, na época do Araguaia, com o qual fiquei preso no DOI-CODI e no Dops. Militei com deputados comunistas no Congresso Nacional. Tenho saudades do pouco tempo que vivi no PCdoB, fora e dentro da prisão. Somos quadros de partidos de esquerda, mas ambos com facilidade de dialogar com o centro e a direita. Carlin é um comunista -cristão que sonha e constrói como eu, a "revolução democrática". Somos ambos ambientalistas: o que nos leva a pensar que tanto as "reformas" dentro do capitalismo, como as
"revoluções" no universo socialista tornaram-se insuficientes diante da crise de civilização que enfrentamos. Precisamos hoje de uma "METAMORFOSE": precisamos de uma transformação profunda e radical do sistema de produção e consumo no qual vivemos. Seria algo semelhante à metamorfose da lagarta em borboleta. Vivemos um momento, hoje, em que talvez não sejamos mais lagarta, mas ainda operando, apenas, na esperança do surgimento da borboleta. Carlin já emerge nessa eleição como a grande novidade, como aconteceu com Marília em 2004 e com Newton Cardoso na década de 70. Contagem poderá somar na busca da metamorfose global. É o sonho que acalentamos para nossa cidade, sem falsa modéstia.)
c) Ademir Lucas: nos relacionamos na Câmara Federal como deputados e nas últimas eleições defendendo Anastasia, Aécio e Itamar. Estivemos por um bom tempo em trincheiras adversárias, quando eu militava no PT, obsecado contra o tucanismo, __ Aécio e o neoliberalismo. Mas sempre tivemos uma boa convivência em nossa Contagem. Continuamos na defesa do governo Anastasia. Como repórter político do Diário do Comércio e do Jornal de Casa, acompanhei sua atuação de líder do governo Tancredo na ALMG. Acompanhei também sua atuação política, como coadjuvante de Newton Cardoso em Contagem
anteriormente.
4ª) Sabemos que o PSB é apetecido tanto pelo PSDB como pelo PT em Contagem. O PT que ajudei a fundar e onde militei por 28 anos, tem clara preferência pelo Leonardo Antunes. Este companheiro e amigo foi sempre pensado como nosso candidato a prefeito, dependendo das circunstâncias, especialmente da posição de Marilia Campos. Leo, além da amizade, lida permanentemente com o empresariado contagense. Se o companheiro vier a ser candidato a prefeito ou vice-prefeito de Contagem será por seus méritos e por razões políticas. Não porque "eu cedi o lugar para o secretário municipal", como você escreveu, Heron. Aliás, meu nome só começou a rolar depois que Leonardo Antunes me incentivou a entrar na ciranda. Na verdade, ele é que me "cedeu o lugar" nessa disputa. Se vier a vingar ...
5ª) Você tem razão, a meu ver, Heron, de colocar em evidência o papel de Marilia, como a voz de um campo político muito forte, ai incluindo Lula, Dilma, Falcão, Zé Dirceu, Direção Nacional, Estadual e Municipal do PT e a Prefeitura. Marilia é habilidosa e sabe fazer política e adminitrar. Durante décadas, Nilmário, Durval, este escriba, Inácio Hernandez e outros homens tentaram levar o PT à Prefeitura de Contagem. Mas quem conseguiu por duas vezes foi uma mulher Marilia. É bom lembrar que tanto Carlin Moura ou Durval Ângelo pretendem dar continuidade ao legado de Marilia. Há duas candidaturas defendendo, com nuances, a administração atual. Carlin Moura certamente com maiores chances de
se diferenciar dela em alguns pontos e avançar o projeto.
6ª) É bom lembrar um "detalhe"(?) Heron. Até quando são os personagens políticos e os partidos de Contagem que decidem? Penso que fazemos opções que só serão tentadas, se encaixadas nos arranjos pré-determinados por Lula, Dilma, Zé Dirceu, Falcão, Eduardo Campos, Márcio Lacerda, Walfrido Mares Guia, Aécio, Anastasia, Danilo, Marcus Pestana, o Comitê Central do PCdoB, Jê Moraes, Renato Rabelo.
Queria enviar-lhe uma lauda, Heron, e acabou saindo tudo isso. Pela manhã, recebo seu conceituado jornal em minha porta. É pelo Tempo que comungo com Contagem, Minas, o Brasil, a América Latina e o mundo. Fico feliz em ver O Tempo divulgar textos aprofundando a política em Minas e no pais. Grato por ter focalizado o papel do PSB na disputa em Contagem. Gostaria de encontrá-lo pessoalmente e convidá-lo a participar do MPPU - Movimento Político pela Unidade - um movimento suprapartidário e de quem não tem partido.
Abraço amigo,
Tilden Santiago
5ª) Você tem razão, a meu ver, Heron, de colocar em evidência o papel de Marilia, como a voz de um campo político muito forte, ai incluindo Lula, Dilma, Falcão, Zé Dirceu, Direção Nacional, Estadual e Municipal do PT e a Prefeitura. Marilia é habilidosa e sabe fazer política e adminitrar. Durante décadas, Nilmário, Durval, este escriba, Inácio Hernandez e outros homens tentaram levar o PT à Prefeitura de Contagem. Mas quem conseguiu por duas vezes foi uma mulher Marilia. É bom lembrar que tanto Carlin Moura ou Durval Ângelo pretendem dar continuidade ao legado de Marilia. Há duas candidaturas defendendo, com nuances, a administração atual. Carlin Moura certamente com maiores chances de
se diferenciar dela em alguns pontos e avançar o projeto.
6ª) É bom lembrar um "detalhe"(?) Heron. Até quando são os personagens políticos e os partidos de Contagem que decidem? Penso que fazemos opções que só serão tentadas, se encaixadas nos arranjos pré-determinados por Lula, Dilma, Zé Dirceu, Falcão, Eduardo Campos, Márcio Lacerda, Walfrido Mares Guia, Aécio, Anastasia, Danilo, Marcus Pestana, o Comitê Central do PCdoB, Jê Moraes, Renato Rabelo.
Queria enviar-lhe uma lauda, Heron, e acabou saindo tudo isso. Pela manhã, recebo seu conceituado jornal em minha porta. É pelo Tempo que comungo com Contagem, Minas, o Brasil, a América Latina e o mundo. Fico feliz em ver O Tempo divulgar textos aprofundando a política em Minas e no pais. Grato por ter focalizado o papel do PSB na disputa em Contagem. Gostaria de encontrá-lo pessoalmente e convidá-lo a participar do MPPU - Movimento Político pela Unidade - um movimento suprapartidário e de quem não tem partido.
Abraço amigo,
Tilden Santiago
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