Assisti O Palhaço, o novo filme de Selton Mello premiado no Festival de Paulínia (que, aliás, vem roubando a cena do Festival de Gramado). É o segundo filme que assisto em que ele é diretor (assisti Feliz Natal, mas ele já havia dirigido um curta, que não conheço: "Quando o tempo cair") e novamente me deu a impressão de Selton Mello ser uma pessoa melancólica, intimista. Contudo, ao contrário do Feliz Natal, este novo filme é mais doce e esperançoso. Embora a esperança apareça apenas ao final. Um final emocionante, quando o ator/palhaço se acha (ou se conforma).
Selton Mello é o palhaço Benjamin que contracena com seu pai, o palhaço Valdemar (interpretado por Paulo José, que estava ontem na abertura do festival de cinema de BH). O circo viaja pelo interior de Minas, sempre se deslocando por estradas de terra empoeiradas. Quando param, se alimentam ou montam o circo em terrenos inóspitos e decadentes. O público que os assiste é ralo: 33 ou 50 pessoas, sempre são contados explicitamente ao longo do filme, como que para criar a noção de frustração.
Há pequenas malandragens entre alguns dos membros da trupe e todos são perdoados, com exceção dos que furtam. O renascimento do circo e de Benjamin fecham o filme.
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