Ouço, de tempos em tempos, jornalistas se justificarem contra a truculência dos donos de veículos de comunicação ou de ingerências políticas na definição de pautas. Dizem que têm família ou que não são donos do veículo. Na superficialidade da vida mundana, o argumento parece razoável. Mas fico imaginando que país teríamos se os metalúrgicos do ABC paulista tivessem pensado assim. Há um limite moral na construção de uma carreira. E ela gera riscos. Premiações ou cargos não definem esta estatura moral. Pelo que sinto, chegam a conspurcar, muitas vezes. Porque tal argumento rebaixa a vida humana às condições materiais.Mas, neste caso, qual moral que o jornalista teria para criticar Cuba? Porque o argumento central da defesa do regime cubano é que todos vivem com alimento, saúde e educação. A vida reduzida à dimensão material da existência humana.
O jornalismo brasileiro, e principalmente o mineiro, vive esta encruzilhada moral. Sua própria existência, como olhos da sociedade, está sendo colocada em questão pelo posicionamento dos jornalistas. E todos se calam.
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