Recebo mensagem de Maria Dirlene Trindade Marques, da UFMG, e de Frei Gilvander Moreira relatando o despejo de 350 famílias da Comunidade Eliana Silva, na região do Barreiro, uma região operária de Belo Horizonte, onde está instalada a Escola Sindical 7 de Outubro, da CUT.
Os relatos são dramáticos.
Informam que a maioria das famílias ficaram anos na fila de programas de moradia.
Relatam a ação solidária da comunidade Camilo Torres que chegaram a fazer uma manifestação e serem contidos com spray de pimenta.
A força policial atuou durante todo um dia e a noite, incluindo cavalaria, batalhão de choque, Gate (Grupamento de Ações Táticas Especiais), helicóptero.
Relatam que, às 9h00, quando a professora Maria Dirlene e o índio pataxó, Jean Carlos Pereira, retornavam à Comunidade Eliana Silva, foram algemados. Jean foi preso com a acusação de desacato à autoridade. A professora Maria Dirlene tentou, novamente, ingressar na Comunidade e foi cercada, segundo seu relato, jogada no chão e foi novamente algemada. Imediatamente, todos que estavam no local, incluindo advogados, parlamentares e Frei Gilvander, entraram e conseguiram libertá-la.
A ocupação começou dia 21 de abril, mas três dias depois juíza Luzia Divina de Paula Peixoto, da 6ª Vara de Feitos da Fazenda Pública Municipal determinou a reintegração de posse. O advogado das famílias recorreu da decisão e segundo representantes da comunidade, por causa desse recurso a PM não tem permissão para cumprimento do despejo.
Há algo de excessivo, não?
O que ocorre que as autoridades públicas perdem a sensibilidade e começam a multiplicar os "Casos Pinheirinhos" justamente no momento em que o país decola economicamente?
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