Um olhar panorâmico sobre as manifestações públicas tupiniquins do 1o de Maio, de 1980, após a queda do regime militar, aos dias de hoje, pode revelar uma profunda mudança de comportamento do mundo sindical.
Nos anos 1980, a marca, até pouco mais da metade da década, foram manifestações de luta pelos direitos e enfrentamento da estrutura social e política excludentes. Já no final da década e início da outra, com as centrais sindicais em disputa (CUT consolidada e outras centrais ainda em crescimento ou se estruturando (a CUT foi fundada em 1983 e a Força Sindical somente em 1991), os conflitos em várias comemorações do Primeiro de Maio em capitais brasileiras apareceram aqui e acolá. Até enfrentamentos com pequenos grupos punks foram registrados.
Ao longo da década de 1990, houve uma forte inflexão. Começaram a surgir showmícios e sorteio de eletrodomésticos. Até mesmo o combativo sindicato dos bancários de São Paulo começou a a distribuir benesses aos seus associados. Um boletim de aniversário distribuído em 2011 revela a mudança ao longo das décadas: de grandes lutas sociais à centralidade política da PREVI. A última grande luta foi contra a privatização da Nossa Caixa.
Chegamos na "Década do Lulismo" e, agora, o dia é de descanso, como desejavam os militares.
Um comentário:
Muito bom texto. Usem Lulalá! O anestésico social eficaz! Tomou relaxou! Melhor que 51!
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