segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A voz do burocratismo petista, na Folha de hoje


A entrevista de Fernando Pimentel na Folha de São Paulo de hoje (A14) é um retrato fidedigno do perfil desta nova liderança: burocrática, previsível, sem emoção, calculista.
Vou comentar algumas de suas pérolas:
1) "Dilma não ficará refém do PT". O que se discute é ela ser refém de Lula e do lulismo. Quem, hoje, é refém do PT? Obviamente que as correntes internas procuram se impor. Mas temos um bom teste neste momento: vejamos se as propostas aprovadas no 4o Congresso se transformarão em programa de governo de Dilma;
2) "O PT não pode ser a política no sentido de 30 anos atrás, quando fundamos o PT". Ele sugere que seja o partido da nova classe média. Ora, esta é a tese do lulismo. Ou seja: repete o que já existe. É como sugerir que o mundo se transforme no que já é. O interessante é que procura dar ares de autoridade e elaboração política. Para tanto, tenta desqualificar quem critica esta inflexão radical do petismo como se fosse passado;
3) "Acho o artigo do (André) Singer extremamente bem posto, mas prematuro". Se é bem posto não é prematuro; ou se é prematuro, não está posto. Típico discurso anódino, que procura manter a polidez na forma e a rejeição no conteúdo.

Uma entrevista que marca claramente o quanto as lideranças petistas mudaram.

Um comentário:

Cometaon disse...

Perfeita, Rudá, sua análise.
Pimentel realmente virou, ou sempre foi, sei lá, um burocrata.

Depois da chanchada, para ser eufemistico, das eleições de 2008 em BH, ele piorou a arrogância. Ele defendeu desde 2004, e continua ainda, o acordo feito com Aécio para tirar o PT da PBH.
Isto provocou mais ainda o racha atual no PT mineiro.

Se ele não quer nem o PT nem o lulismo em Dilma, porque não pede para sair. Que vá para... qual partido???

Marcelo P.