quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Dados sobre nova classe média em 2009 (FGV-RJ)
A pesquisa A Pequena Grande Década: Crise Cenários e a Nova Classe Média incorpora as mudanças provocadas pela crise em financeira em 2009, que fez oscilar as composições de todas as classes. No entanto, mostra que, ao longo do ano, elas se recuperaram e retomaram o patamar de 2008. Marcelo Neri, coordenador da pesquisa, explicou que as perdas ocorreram em janeiro do ano passado, quando a crise chegou ao país. Nos três meses anteriores, no auge do problema, as classes mais prejudicadas foram a A e a B. No período 2008-2009, 14,38% desses indivíduos caíram da classe. De acordo com o estudo, as periferias, alimentadas pelo mercado interno e menos dependentes das oscilações do mercado financeiro, ajudaram a tirar o Brasil da crise.
O conjunto das classes A e B foi o mais atingido pela crise econômica inicialmente, mas também foi o que mais cresceu no ano passado, terminando o ano 2% superior a dezembro de 2008, de acordo com o economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPS-FGV), Marcelo Néri. A classe C terminou o ano com redução de 0,4% ante dezembro de 2008. A classe D aumentou 1,4% e a classe E caiu 1,5% no período. Neri vê tendência ao crescimento e melhor distribuição de renda este ano.
"A expectativa para 2010 é de retomada de crescimento. Alguns cenários que projetamos até 2014 mostram que a classe ABC, que representa o topo da distribuição de renda no Brasil, pode incorporar até 36 milhões de pessoas a mais. Isso é quase meia França. Somados aos 32 milhões incorporados antes da crise, dá uma França inteira. Isto significa quase 66 milhões de pessoas incorporadas ao mercado consumidor do Brasil de 2003 a 2014", explicou o economista.
Sobre a diminuição da pobreza e da desigualdade, Neri explicou que a pobreza não caiu em 2009, mas sim em 2008. "Vinha caindo em 2008, mas do fim de 2008 (quando apresentava queda percentual de 1,2%) até o início de 2009 cresceu. Ao longo de 2009 teve nova queda (-4,1%, de janeiro a setembro de 2009) e terminou o ano com uma queda percentual mais ou menos igual a que apresentava em 2008 (1,1%). Marcou uma quebra nesta pequena grande década (de 2003 a 2008). Em relação às grandes flutuações para cima o ano terminou empatado. A crise afetou mais o núcleo do capitalismo. Teve um efeito menor na periferia do que na capital".
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