Com o efeito suspensivo emitido pela Justiça Eleitoral em relação à cassação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e sua vice, Alda Marco Antonio (PMDB), os democratas, finalmente, têm uma noite mais tranquila. Venho analisando o quanto os partidos de direita não conseguem refletir minimamente o pensamento conservador do nosso país. Obviamente que os dirigentes de partidos mais à esquerda festejam. Mas é falta de leitura política. A direita ausente no sistema partidário não significa que não existe no país. E é muito melhor enfrentar politicamente (e não administrativamente, como vem ocorrendo com o DEM) e vencer que não enfrentar.
Do ponto de vista do amadurecimento da democracia, é muito importante que tenhamos partidos que ao menos expressem esta vertente (mesmo os partidos, reafirmo, serem estruturas anacrônicas de representação). Um dos motivos mais importantes é a necessidade do embate entre partidos ser pedagógico para a população. Ela pode se espelhar melhor ao ouvir argumentos de parte a parte. Um segundo motivo é que a cultura política brasileira é conservadora. Sem a direita organizada em partido, a tendência é que a esquerda hegemônica ocupe, aos poucos, este espaço "vazio", por pura tentação de ser monolítica. A entrevista de Fernando Pimentel na Folha da segunda-feira (ver nota abaixo) é exemplo deste movimento. Um péssimo sinal para a democracia brasileira, porque dá lugar ao pensamento único.
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