É evidente que o Brasil continua a ser uma fonte inspiradora para muitos activistas sociais do continente europeu e em participar de Portugal. Por cá optamos por nos inspirar nas práticas brasileiras, fazendo a sua tradução cultural no nosso
contexto, de forma a podermos trabalhar com os actores políticos que normalmente manifestam desconfiança face ao que se passa desse lado do Atlântico. É, em grande medida, esse trabalho de tradução cultural que está na origem da transposição para a Europa de práticas como OP originárias da América Latina. Essa transposição implicou mudanças e adaptações aos modelos originais, tendo em muitas circunstâncias dado origem a práticas nem sempre consistentes do ponto de vista político e metodológico.
A Europa está a "despertar" para as práticas de participação, tendo por base padrões de qualidade de vida e de consolidação do sistema político diferentes dos da América Latina. Este elemento faz toda a diferença no desenho final assumido pelos processos de participação - menos orientados para diminuição das assimetrias sociais e territoriais e mais orientado para recriar laços de confiança entre políticos e cidadãos. Estamos numa fase de abertura para este tipo de processos. Desta fase podemos ter duas saídas possíveis:
a) a banalização da participação e o esvaziar dos seus conteúdos políticos, metodológicos e sociais, ou
b) a sua consolidação e integração progressiva nas práticas governativas, podendo
mesmo assumir um corpo legislativo próprio.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
OP em Portugal
Recebo de Nelson Dias, de Portugal, a seguinte mensagem a respeito do orçamento participativo em seu país:
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