quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A hierarquia salarial do migrante brasileiro nos EUA


A crise econômica dos EUA já trouxe muito migrante brasileiro de volta. Gente que ficou muito tempo por lá, 5, 6 até 15 anos. E muitos, ao contrário do que se imagina, voltaram sem saber falar ou escrever bem em inglês. Não se qualificaram. Ouviam rádios brasileiras, falavam português ou, no máximo, arrastavam um portunhol. A grande maioria foi e voltou com baixa qualificação. E sofreram com os salários: 8 dólares a hora como piso informal, chegando a 45 dólares (o salário base do norte-americano neste nível de qualificação). Pouco mais de 3000 reais a 13000 reais mensais. Cito os trabalhos de base na construção civil ou de limpeza de neve (pago por centímetro de neve retirada, jogando-se sal antes e depois). Chegam a trabalhar de 11 a 14 horas, muitas vezes de madrugada (no caso da limpeza da neve). Antes da crise se pagava US$ 2,50 por aproximadamente 30,5 cm (1 feet) de piso de madeira colocado em apartamentos. A partir da crise o valor passou a US$ 1,75.
A forma de contratação, por empreitada, é das mais personalizadas e dependentes. Um trabalhador pode decidir não voltar ao trabalho no dia seguinte e não será repreendido (recebe por dia trabalhado, a cada semana). Mas ficará sempre nas mãos do empreiteiro que decide ou não se contrata no dia (algo parecido com o que sempre ocorreu na relação dos bóias-frias com "gatos", aqui no Brasil). E o lazer é algo mais que marginal.
Enfim, estas histórias não aparecem com clareza para os brasileiros. Deveriam ser divulgados obrigatoriamente nos aeroportos.

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