sábado, 13 de fevereiro de 2010

Novo livro de Michael Lowy


Michael Löwy nasceu no Brasil, mas vive em Paris desde 1969. É diretor emérito de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Foi assistente de Nicos Poulantzas. Nos anos 1950-1960, fez parte da Liga Socialista Independente. Em 1968, associou-se à Quarta Internacional (trotskista), tornando-se membro da Primeira seção, a Ligue Communiste.
Este engajado sociólogo acaba de publicar livro que reúne os principais registros fotográficos dos processos revolucionários do final do século XIX até a segunda metade do século XX, destacando-se fotografias da Comuna de Paris, as revoluções Mexicana (1910–1920), Russas (1905 e 1917), Alemã (1918–1919), Húngara (1919), Chinesas (1911 e 1949), Cubana (1953–1967) e a Guerra Civil Espanhola (1936). Para a edição brasileira (Editora Boitempo) preparou apêndice exclusivo, sobre os momentos de resistência que marcaram a história do Brasil. O livro possui também um capítulo que passa em revista uma série de eventos transformadores dos últimos trinta anos: o Maio de 1968, a Revolução dos Cravos em Portugal (1974) e a Nicaraguense (1978–1979), a queda do Muro de Berlim (1989) e a sublevação zapatista de Chiapas (1994–1995).
Vale a pena, não apenas pelo registro histórico, mas para uma visão panorâmica do que mudou, efetivamente, nas lutas revolucionárias, da Comuna de Paris ao movimento neozapatista.
Confesso que fiquei com a impressão de que o critério utilizado para definir movimentos revolucionários é o mesmo utilizado por Marx, no século XIX. Seria correto? Ao introduzir o apêndice sobre resistência brasileira à ditadura, não estaria abrindo um possível leque analítico (ao invés de se limitar a resistência política aos grupos de inspiração marxista)? Onde ficariam os movimentos de resistência do século XXI? E as estruturas em rede, os fóruns e outras novidades?
O livro é novo, mas o conteúdo deu impressão de anacronismo.

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