Estou acompanhando, com atenção e gosto, os movimentos do PSDB nacional. Tateiam na direção correta, finalmente. Não entraram na aventura proposta pelo deputado Roberto Freire (de quem tenho admiração por seu passado e por sua pessoa, mas não consigo compreender seus arroubos recentes) que poderia expor a sigla ao desafeto popular, acolheram o recado das urnas com sobriedade e, agora, anunciam Aécio Neves como presidente nacional da sigla, a partir de 2013.
É fato que política e vaidade são sinônimos, mas o maior partido da oposição precisa domar as idiossincrasias de seus caciques regionais ou dá a impressão de despreparo para o governo. Aécio se encaixa plenamente na renovação de nomes que Lula inaugurou - juntamente com Eduardo Campos - no sistema eleitoral. Jovem, com discurso técnico (que precisa se atualizar rapidamente), fora do eixo paulista (que alimenta o ódio em quase todo país), conciliador. Tem dificuldades de comandar o nordeste do país, mas somente com exposição nacional pode superar esta lacuna.
O problema dos tucanos, a partir desta superação da insistência ao erro, é elaborar uma plataforma nacional a partir da leitura sobre o novo país, do consumo de massas de produtos com alto valor agregado a partir dos emergentes, em especial, do nordeste e regiões empobrecidas do país. As pequenas e médias cidades tupiniquins se alimentam dos altos volumes de recursos federais (desde aposentadorias e pensões, passando por aumento do emprego público, crédito popular com baixas taxas de juros, bolsa-família e aumento real do salário mínimo). Não adianta jogar todas fichas na pujança da iniciativa privada se o país roda a partir da injeção de recursos do Estado. Para ser convincente, precisa dialogar com esta nova realidade, mesmo que para se opor. A simples negação está enfrentando uma muralha popular, registrada nas urnas a cada eleição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário