domingo, 18 de novembro de 2012

Queda de apoio na Câmara Federal

O governo Dilma, de tempos em tempos, revela sua fragilidade política. Um contraponto significativo que, no limite, indica o divórcio entre a Corte e as ruas. Porque a Corte funciona à base de benesses, em especial, emendas parlamentares liberadas. Enquanto o índice de popularidade da Presidente aumenta a cada pesquisa, a cada semestre o apoio na Câmara Federal cai e continua caindo. Se em 2011 o índice de apoio nesta casa parlamentar chegou a 90%, em 2012 ficou ao redor de 45%. Segundo o Estadão, em 43 votações ocorridas neste ano, 126 deputados votaram 90% das vezes seguindo a orientação do governo federal. A questão é que 85 deles são petistas e somente 41 orinudos de partidos aliados. PP e PSB são os mais fiéis. PR e PRB são os menos fiéis.
Há motivos específicos, como o alinhamento dos ruralistas na votação do Código Florestal. A matéria do Estadão também cita a tensão típica de ano eleitoral. Também entra na cesta de motivações o caso da divisão dos royalties do petróleo.
Mas o fator que deve ser objeto de observação mais atenta é o estilo da Presidente.
O fato é que os dados apresentados indicam que PSDB não faz oposição sistemática, o que pode revelar um possível descompasso do aliado PPS, em especial, do líder Roberto Freire, que se vê à beira do isolamento ao tentar envolver o ex-presidente Lula no evento do julgamento do mensalão. Outro dado relevante é a fidelidade do PSB, muito superior à do PMDB.
Considero que há uma evidente dificuldade de coordenação política do governo Dilma, em especial, na Câmara Federal. Há expectativa criada na base parlamentar de benefícios a serem concedidos como pagamento da fidelidade, em especial emendas e cargos.

Um comentário:

SENÔ BEZERRA disse...

Essas turbulências ocorrem quando as reivindicações da base são postergadas "ad aeternum". Então leves esperneios começam a projetar-se no sentido de tentar indicar ao governo que algo precisa ser feito para aplacar os anseios daqueles que buscam recursos para seus estados e municípios.É a famosa trava no pé de apoio.Estima-se que antes do término do ano deva haver algum afago do governo aos seus aliados.