Acabo de ler este quarto livro (festejado pela Folha) do jovem Daniel Galera. Relata, com segurança, o percurso existencial de um jovem, enredado com seus dramas familiares. Interessante que o que parecia ser o drama familiar central, a morte ou desaparecimento de seu avô, vai dando lugar para as desventuras amorosas do personagem central, além do jogo em que natureza e humanidade trocam de lugar constantemente.
O livro foi objeto de um intenso marketing, a começar por ter sido lançado no exterior antes do Brasil. A intenção fica ainda mais evidente pelas capas de três cores que o leitor escolhe ao comprar. Galera é uma aposta da Companhia das Letras, de alguns críticos e da Folha de S.Paulo.
Não sei o que dizer como conclusão, após terminar a leitura. É um livro que adota um ritmo de tensão, ma non troppo. Também mergulha em dilemas existenciais, ma non troppo. O livro, em si, parece buscar sua identidade. O final do livro me deu a impressão de resumir esta dificuldade: termina de maneira a não deixar aquela sensação que faz o leitor pensar no que acabou de ler. Termina sem resolução, o que poderia dar na técnica que Hemingway empregava em seus contos (extirpar a parte final de todos contos que escrevia, obrigando o leitor a instintivamente buscar hipóteses para o final abrupto), mas que se revela apenas um tiro de festim. Não é um livro ruim, mas não e marcante.
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