quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Documento da juventude tucana sugere revisão do programa do PSDB

Agora foi a vez da juventude tucana produzir um documento objetivando a reorganização do PSDB. Sob o título "Vamos em Frente!", o Conselho Político do Secretariado de Juventude do PSDB-SP produz uma crítica interessante sobre os rumos de seu partido. Inicia sugerindo uma questão sobre as mudanças de rumo:

O PSDB nasceu com base nessa lógica e contestando uma velha prática (o que as três primeiras páginas do programa de 1988 evidenciam): disputa de poder pelo poder, plano de governo tirado da cartola, pragmatismo, campanhas eleitorais frágeis e vazias. 24 anos depois e governos ocupados, cabe uma reflexão: estamos fazendo o que condenávamos?
A partir daí, sugerem a realização de um congresso para revisão do programa partidário. O documento elenca vários pontos que merecem uma resposta e que denota certa perplexidade ou mesmo ausência de acúmulo interno. Vejam esta passagem do documento:
Defendemos o fim da inflação sendo que já a combatemos. Além disso, precisamos buscar respostas às questões: no campo das reformas (agrária, urbana, política, tributária, legislativa), como seriam as medidas dos nossos sonhos? E nas demandas básicas de saúde, educação, infraestrutura? Quais as nossas posições? Esses pontos precisam ser definidos em grande consulta às bases partidárias e, assim que aprovados, levados a conhecimento da sociedade (uma valiosa atitude para que isto se cumpra é o aumento da participação nos movimentos sociais). Nesse processo, a participação do Instituto Teotônio Vilela (que muito nos orgulha – e que é indispensável para a vida partidária) é muito importante. Que país queremos?
Trata-se de uma agenda inteira de questões relativas ao país que, apresentada na forma de perguntas, sugere uma nau sem um rumo certo. O tom do documento é amistoso, mas o conteúdo é dos mais duros e críticos. Logo adiante, sugere problemas com a comunicação interna e a democracia partidária:
Precisamos de uma profunda revolução em nossa comunicação – interna e externa. Definidos os pontos que nos nortearão, precisamos criar uma linguagem que facilite o diálogo com a sociedade. Na contramão da regra, fizemos muito e falamos pouco. Nossos vereadores, prefeitos, deputados, senadores e governadores, juntamente com a militância, devem estar alinhados em um só discurso. Por isso, repensar a comunicação do partido (visual e intelectual), adaptando-a ao século XXI, fará com que o cumprimento da nossa missão seja atingido com mais capacidade. Precisamos aperfeiçoar a democracia interna. 
O partido começa, pelas pontas, a revelar motivos para suas recentes derrotas eleitorais. Expõe muitas fraturas e lacunas, mas adota uma postura corajosa e necessária. Pela iniciativa positiva desta autocrítica (do velho jargão da esquerda) ficamos sabendo um pouco mais das dificuldades internas e ao menos de alguns motivos para que a oposição no Brasil tenha se enfraquecido tanto nos últimos anos. 
Sem dúvida, um momento perigoso para o PSDB. Mas também, auspicioso. 


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