quarta-feira, 22 de junho de 2011

A eterna saída de Marina Silva


Quando estive com Marina aqui em Belo Horizonte, num debate organizado pela Fundação Dom Hélder Câmara, tive a nítida impressão que ela estaria de saída do PV. Mas deixou outras impressões. Embora subjetivas, tive a nítida impressão de fragilidade e certo academicismo. Entendo que estivesse numa instituição acadêmica, mas não havia necessidade de tantas citações, grande parte sem uma articulação nítida e muito menos relação direta com a ação política. A figura de Marina não é a de uma intelectual, mas de uma ativista política. Somente ao final de sua exposição avançou sobre os temas da ação política e conjuntura nacional. Fiquei pensando se Marina vive este dilema ou se foi apenas um erro de cálculo na preparação de sua exposição. Qualquer das duas alternativas demonstra fragilidade. Mas se for o dilema de viver uma vida não tão desejável (a de liderança política), estaríamos presenciando um conflito ou transição pessoal. Transição que se iniciou com a vida de filha de agricultores, analfabeta, que se engajou e ingressou na vida universitária e daí por diante, traçou seu destino na vida política.
De qualquer maneira, o quase-anúncio de sua saída do PV já começa a bater em sua porta. Parece uma migrante permanente. Uma outsider que não se sente a vontade na nova roupa, mas que não tem força suficiente para criar sua própria confecção.

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