Os governos FHC e Lula criaram uma importante transição nos discursos programáticos dos tucanos e petistas. Se utilizarmos os conceitos piagetianos, seria possível afirmar que os dois partidos hegemônicos do sistema partidário entraram numa fase de assimilação. A aliança com o PFL postou a proposta tucana mais à direita, fugindo do campo socialdemocrata e partindo para uma aproximação com o campo liberal-conservador. O PT, em tempos de governo FHC, não conseguia se encontrar. Até que Lula venceu as eleições presidenciais.O lulismo consolidou a proposta estatal-desenvolvimentista, atualizando o projeto getulista. O que empurrou o PSDB para um pouco mais para o canto em que já se encontrava.
O que surpreende é que lideranças tucanas aceitaram esta sina. É fato que procuram, tardiamente, reagir com a criação do PSDB Sindical, importante e correta novidade. Mas é um fato isolado confirmado pelos discursos de suas principais lideranças, de FHC a Serra ou Aécio Neves. Alckmin, infelizmente, não possui programa ou luz própria em termos programáticos. E fora do eixo SP-MG, os tucanos minguam, até mesmo em Estados que governam.
Com a acomodação de PT e PSDB, todo sistema partidário tupiniquim parece precocemente envelhecido, enrijecido. Não porque o "mercado eleitoral" esteja consolidado, estratificado pelas escolhas já amadurecidas. Pelo contrário. Os eleitores não se sentem representados por nada. Todas pesquisas atuais revelam a emergência do cinismo político dos eleitores, o irmão gêmeo do pragmatismo. O que aparta ainda mais o sistema partidário do cotidiano do brasileiro. Não apenas em virtude do que pensa o eleitor, mas principalmente em virtude desta acomodação natimorta de PT e PSDB.
Um comentário:
Seria interessante analisar isso tudo à luz de Maquiavel ou talvez de Montessori.Ninguém aguenta mais tanto blá blá blá desses caras amigo Rudá.
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