quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Elocubrações de Cesar Maia

Cesar Maia faz análises políticas sistemáticas. Acerta algumas, distorce um ou outro dado, mas gera polêmica e reflexão. É um polemista e me dá a impressão que gostaria de ser um novo Carlos Lacerda. Obviamente que não vai dar. Mesmo assim, respeito todo polemista por se expor e abrir debate, algo fundamental na consolidação democrática. E respeito ainda mais por estar à direita no espectro político-partidário tupiniquim, algo raro, já que os conservadores brasileiros conspiram e não conseguem defender suas ideias. Aliás, a maioria dos líderes conservadores do Brasil não possui ideia sobre quase nada. Cesar Maia é, assim, uma avis rara.
No seu último boletim, apresentou uma digressão sobre o sistema partidário, sugerindo que um partido moderno precisa ter força para dentro (no parlamento e escaninhos do poder formal) e para fora (na sociedade). Daí, tira as seguintes conclusões:


Avaliando as principais bancadas eleitas em 2010, pode-se dizer que, em nível nacional, a força do PT é expressiva para dentro, por ter o executivo e, para fora, por ter marca, imagem. Por isso quer o voto em lista. O PMDB é forte para dentro e fraco para fora. O PSDB é fraco para dentro e muito forte para fora, com seus personagens. Mas a marca que tinha, vem sendo desbotada pelos governos do PT. Neste momento, tem personagens e não tem marca. E abriu debate interno em busca de ter ou resgatar essa imagem.
      
O DEM é fraco para dentro, e mais ainda com as perdas que sofreu, mas sua marca e ideias não foram atingidas com as perdas. O alto clero permaneceu no partido.  Com isso, permaneceu com a mesma força que tinha para fora. E terá que olhar para 2012 e 2014 de fora para dentro de maneira a reconstruir suas bancadas e não como era, tradicional, de dentro para fora, com as máquinas que controlava. E vai precisar criar personagens. E 2014 servirá para tudo isso.

Um comentário:

ronaldodisouza disse...

Na verdade é inexistente a equidade de ideias. Isso é bom partindo do príncipio comum de que a pluralidade é necessária. Porém, um tremendo perigo ao retratar a cara da política brasileira.Ou seja, várias roupas e poucos modelos para vestíl-as!