Recebo a seguinte mensagem enviada por Altamir Fernades:
O ministro da
Educação Fernando Haddad solicitou uma pesquisa científica sobre o aumento do
número de horas do aluno na Escola e sua correlação com o aumento do Rendimento
Escolar. No dia 21 de setembro (21/09/11) ele apresentou os resultados à
imprensa, pois deseja um Grande Debate sobre o Assunto. A pesquisa
realizada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo revelou que mais
tempo (mais horas) na Escola leva a uma melhoria dos resultados do aluno na
aprendizagem e nas avaliações (ENEM, SAEB, etc.).
Até aí nenhuma
surpresa, pois vários países desenvolvidos têm uma carga horária anual maior do
que a brasileira e têm resultados melhores. O que vêm a seguir é que é
preocupante.
Diante do
resultado deste estudo, Ricardo Paes de Barros, subsecretário que coordenou a
pesquisa apontou alternativas (que seriam, na verdade, Propostas) ao ministro:
Alternativa 1
Alternativa 1 – O
Estudo de Ricardo Paes de Barros mostrou que um bom professor em
sala de aula tem o impacto de 9,6 pontos no Saeb, 20 pontos no Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem) e 68% de melhoria do desempenho do aluno. Mostrou também
que a melhoria dos resultados acadêmicos pode ser feita com a diminuição
das faltas dos alunos e dos professores durante o ano letivo. Esta
proposta implica a) criar programas de formação e projetos de incentivo aos
docentes, para que mais bem remunerados, preparados e motivados, possam
faltar menos e dar melhores aulas; b) modificar a atual LDB, diminuindo o
percentual máximo permitido de faltas aos alunos (25%); c) Reduzir o número de
faltas, abonos e licenças permitidas por lei aos docentes.
A Alternativa 1
requer modificação na legislação educacional e investimentos em Salários e em
Programas de Formação Continuada para os Docentes (Formação Profissional,
Especialização, Mestrado e Doutorado).
Alternativa 2
Alternativa 2 –
Paes de Barros aponta que a Diminuição do número de alunos em Salapotencializa
o rendimento de todos, ao permitir que os Docentes tenham mais tempo para
auxiliar os alunos que apresentarem dificuldades. Nesta proposta: a) estabelecer
qual é o número mínimo de alunos por sala e série; b) ampliar o número de salas
e, consequentemente, de escolas; c) criar incentivos para a carreira docente,
pois mais salas e mais escolas demandarão mais professores mais bem
preparados (hoje, desestimulados, muitos estão deixando a carreira docente).
A Alternativa 3
demanda investimento em infraestrutura e investimento no profissional da
educação (Salários e Capacitação). Se a carreira docente for valorizada,
atrairá e manterá nela os mais capacitados.
Alternativa 3
Alternativa 3 –
Aumento do número de horas diárias do aluno na Escola. Essa proposta
segue o modelo europeu (período integral) e implica em alguns investimentos: a)
melhorar as cantinas escolares para que possam servir almoço aos alunos;
b)readequação do currículo para que todo o período de permanência seja bem
aproveitado; c) maior número de salas de aulas (hoje, os alunos do matutino e
vespertino utilizam as mesmas salas); d) readequação e aumento da carga horária
dos professores (o professor receberia o valor das aulas adicionais); e)
aumento dos espaços esportivos e culturais da Escola (necessidades de uma
Escola de Tempo Integral).
Ou seja, a
Alternativa 3 requer significativos investimentos em infraestrutura.
Entretanto, o aumento do salário dos professores seria apenas em função do
aumento do trabalho (mais aulas, mais remuneração) e não de um aumento real no
valor da hora/aula. É verdade que a Escola de Tempo Integral é um modelo
seguido na Europa, mas lá o professor recebe melhores salários (quando
comparados com outros profissionais de formação superior) do que aqui.
Alternativa 4
Alternativa 4 – Aumento
dos dias letivos. Dos atuais 200 para 220 dias letivos. Sendo subsecretário
da Secretaria de Assuntos Estratégicos da presidência, Paes de Barros julga ser
essa a alternativa mais atraente e interessante ao governo pois praticamente
não haverá nenhum custo para os cofres públicos. Na prática, essa Alternativa levará:
a) a um aumento dos dias letivos em detrimento de sábados e feriados; b)
aumento da jornada de trabalho (em dias) sem o consequente aumento da
remuneração (pois o governo já divide o salário anual em doze meses + o décimo
terceiro); c) diminuição dos dias de recesso e férias docentes.
A Alternativa 4
não requer do Governo praticamente nenhum investimento – só uma mudança na Lei.
Já para o docente, significa mais dias de trabalho, mais matéria a ser
lecionada e mais avaliações, provas e trabalhos para corrigir e nenhum aumento
ou remuneração adicional. Para o aluno, mais matéria, mais pressão por
resultados e menos dias livres em casa.
A PIOR
alternativa é a que AUMENTA os DIAS LETIVOS em 10% (no total serão 220 dias de
aulas).
Alternativa 1 -
Investir na Formação e Salários dos Professores e Diminuir a permissão para
Faltas (docentes e discentes).
Alternativa 2 -
Menos alunos por Sala e Professores melhor Preparados e Melhor Remunerados.
Alternativa 3 -
Escola de Tempo Integral (ainda precisa de muitos ajustes, mas levará o governo
à necessidade de INVESTIR muito para sua implantação).
Um comentário:
Caro Rudá, muito boa sua matéria, mas poderia citar uma fonte? Onde você teve acesso a essas "alternativas" propostas? Abç
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