Estou em Tupã, interior de São Paulo. Estou hospedado na casa de meus pais, que fica em frente a um tradicional jardim (Dom Bosco), encostado numa rua que descarrega parte do trânsito na avenida principal (Tamoios). Pela janela da copa vejo a festa mais profana em nome da religião. Jovens jogam o som às alturas (deve ter relação direta com a fé) com música techno para mais da metade da cidade ouvir. Uma fila de carros aguarda a abertura da porteira, ops, do desfile. Imagino que alguns desejam desfilar em nome de alguma coisa que me escapa. Alguns arriscam uma dancinha ao lado do carro, outros, à moda interiorana, se encostam nos carros enfileirados que aguardam o momento do abate e ficam ali, de braços cruzados e óculos escuros (o dia está nublado e nem eu, que sofro com fotofobia, necessito de qualquer tapa sol). Um típico dia para quem não tem o que fazer e não deve ter a menor ideia do que seja a festa da Padroeira do Brasil.
Também, pudera: esta história começou em 1717, quando pescavam perto de Guaratinguetá para oferecer um peixe ao governador da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Nada de peixe, mas acabaram achando uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, sem cabeça. A pescaria continuou e veio, logo depois, a cabeça. Naquele tempo, a pescaria virou sinal dos céus. Hoje.... bem, deixa prá lá!
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