terça-feira, 17 de maio de 2011
Os novos "anéis burocráticos" no Estado brasileiro
Um amigo me enviou um interessante comentário a respeito desta história do aumento fabuloso do patrimônio do ministro Palocci. Para ele, confirma a tese de Chico de Oliveira a respeito da ascensão de uma "nova classe" dentro do PT e das oligarquias políticas. Finaliza sugerindo que dentro de alguns anos, os novos Sarneys, Renans Calheiros e Romeros Jucá se chamarão Antonio Palocci, Luiz Inácio Lula da Silva e José Dirceu.
Tenho uma avaliação um pouco distinta. Não se trata, a rigor, de nova classe, mas de uma casta partidária. Algo que Robert Michels já havia analisado (lembremos que Michels era do partido socialista alemão). O mais instigante da avaliação de meu amigo é o surgimento de uma espécie de neo-coronelismo. Digo "espécie" porque o conceito de coronelismo, de Victor Nunes Leal, se reportava ao ocaso das oligarquias rurais que se viam obrigadas a criar currais eleitorais para eleger representantes com influência no Estado (nacional, que já jogava seus tentáculos sobre os rincões).
Os casos de Zé Dirceu (controle da burocracia partidária) e Palocci (controle da burocracia estatal) são mais sofisticados. Não se trata do ocaso de uma classe social, mas de "anéis burocráticos" (para utilizar os termos de FHC). São vários "anéis", portanto.
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