sexta-feira, 18 de março de 2011
Intolerância: ameaça de morte ao deputado Jean Wyllys
Por defender união gay, Jean Wyllys recebe ameaça de morte
Dayanne Sousa
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) sofreu três ameaças de morte nesta sexta-feira (18) pelo Twitter. O professor e ex-participante do Big Brother Brasil atribui os ataques a fanáticos religiosos que se opõem a ele por defender no Congresso a aprovação da união civil homossexual. Wyllys também é a favor da distribuição de material didático anti-homofobia (chamado pejorativamente de "kit gay") nas escolas públicas. Uma das mensagens direcionadas ao deputado nesta tarde dizia: "É por ofender a bondade de Deus que você deve morrer", conta Wyllys. A segunda ameaçava: "Cuidado ao sair de casa, você pode não voltar". E, por fim, outro recado na rede social afirmava que "a morte chega, você não tarda por esperar". O baiano respondeu avisando que denunciaria os casos a delegacia de crimes virtuais.
Esta não é a primeira vez que o parlamentar - assumidamente homossexual - se envolve em polêmicas na internet. Ele já entregou a seu advogado material que conseguiu guardar de dois perfis do Twitter que defendiam o assassinato de gays. Um dos internautas defendia ideias neonazistas, relata. Outro misturava ataques com pregações evangélicas. "São fanáticos, são pessoas doentes", afirma. "Não posso minimizar a responsabilidade dos pastores evangélicos nisso, porque eles conduzem as pessoas demonizando minorias".
Wyllys é favorável ao PLC 122, projeto de lei desarquivado pela senadora Marta Suplicy (PT - SP), que trata da união homoafetiva. Ele afirma que também foi alvo de críticas por conta de discursar a favor do polêmico "kit gay". Esse foi o "apelido" dado pelo deputado evangélico Jair Bolsonaro (PP - RJ) a cartilhas e vídeos sobre preconceito e bulliyng que o Ministério da Educação quer distribuir em escolas públicas.
Exposição
Quando primeiro se envolveu com ofensas a homossexuais na internet ainda este ano, o deputado conta que não havia sido atacado diretamente. Ele nega, porém, que a atitude de levar os dois primeiros casos à polícia tenha provocado retaliações. "Só reagi porque estavam incitando a morte de homossexuais". Wyllys acredita que tenha se tornado alvo fácil também pelo status de "celebridade" conquistado com a participação no reality show da TV.
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4 comentários:
Lamentável. Espero que não seja mais uma vítima da homofobia cotidiana. Só uma correção: Jean foi eleito pelo Psol do Rio de Janeiro, apesar de ser baiano!
Caro Rudá:
Apenas para esclarecimentos: o PLC 122/2006, desarquivado pela Sen. Marta Suplicy não trata da união homoafetiva, mas sim de criminalizar a homofobia, dentre outros preconceitos, como aqueles que atacam deficientes, idosos, negros, etc, ampliando a lei Anti-Racismo.
Faça uma correção, ele é Deputado Federal pelo do PSOL-RJ.
Fiz a correção embora, como pesquisador, tenha ficado constrangido. É que a matéria foi assinada por uma jornalista (que reproduzi no blog, incluindo a autoria da matéria).
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