terça-feira, 29 de março de 2011

Para explicar minha revolta com o Sindute Ipatinga


Sou consultor do Sindute MG, estadual. Há anos. Todos da direção do sindicato me conhecem. Fui chamado pelos diretores da subsede do sindicato em Ipatinga, quando da preparação das eleições municipais passadas, para ajudar a montar o programa de governo do PT. Não faço programas partidários, mas sabia que seria possível ajudar as dirigentes sindicais. Montei uma metodologia e elaboramos o plano de governo. O PT venceu as eleições, mas o candidato eleito foi cassado. Depois de muitas idas e vindas, o atual prefeito se elegeu para um mandato tampão, que se encerra no próximo ano.
A diretoria do Sindute Ipatinga, mais uma vez, me convidou para dar cursos para candidatos à direção das escolas municipais. Vejam bem: cursos realizados pela prefeitura, mas que o sindicato indicava o monitor/educador. Tive duas diretoras do sindicato local me assessorando e as paguei, com o recursos que recebi da prefeitura. Percebam que até aqui tudo ocorria entre aliados e eu sempre atuava com o convite da diretoria sindical e nunca por iniciativa própria.
Pouco depois, fui convidado pela Secretaria Municipal de Educação para prestar consultoria para a Constituinte Escolar que planejavam implementar. Informei, porque considero ético, a diretoria do Sindute Ipatinga. Nenhuma objeção.
Montei, passo a passo, o processo constituinte. Informei, sempre, a diretoria do sindicato.
Aí começaram as ações estranhas. Mesmo sabendo de tudo, a diretoria do Sindute Ipatinga tentou minar meu trabalho. Divulgava que a constituinte já estava pronta e era apenas um artifício. Divulgava que ocorreriam vários outros ataques aos direitos dos educadores, algo que nunca existiu. Custei a acreditar - até que uma das diretoras, Márcia Leal, confirmou que eles eram autores dos boatos - que tais boatos seriam produzidos justamente por quem eu prestava consultoria. Não poderia imaginar que se tratava de um tudo ou nada em que pouco importava meu nome ou a relação que mantive, por anos, com o sindicato. Este jogo, que utiliza a base sindical como massa de manobra, continuou. Eu insistindo para o Sindute se organizar, apresentar propostas para a constituinte, que garantia a seriedade da iniciativa.
Até que eles cederam. E participaram das conferências regionais que organizamos. Conferências totalmente abertas, com liberdade de apresentação de propostas para qualquer tema, cujo coordenador de cada grupo era eleito entre seus pares e ficava com uma cópia da ata de registro de cada reunião de grupo. Na primeira rodada de conferências regionais, os dirigentes do sindute Ipatinga estiveram ausentes, participando de um evento em Caxambu. Ao retornarem, participaram da segunda rodada de conferências, na semana seguinte.
Os delegados de cada segmento elegeram um representante para compor a mesa diretora do Congresso Constituinte, ápice de todo processo, onde serão votadas todas propostas apresentadas nas conferências regionais e que serão transformadas em projeto de lei a ser encaminhada à Câmara Municipal. O Sindute Ipatinga elegeu a porta-estandarte de sempre: Leida Tavares, a mesma que indicaram para ser secretária municipal de educação e não logrou sucesso.
Tudo certo até que o sindicato, às pressas, convoca uma tal conferência municipal de educação. Nada mais justo. Contudo, distribuíram um panfleto nas escolas (que ilustra esta nota). E atacam a Constituinte Escolar que ajudaram a formular!!! Que indicaram e elegeram até membro da Mesa Diretora!!!
Enfim, caso de confusão ideológica, não?
Ao final da tal conferência - feita às pressas, sem discussão prévia nas escolas, mas espertamente induzidas pela orientação clara de "palestrantes" sobre alguns temas escolhidos em reunião fechada pelos diretores sindicais de sempre - a tal Leida e outros dirigentes do Sindute Ipatinga resolveram espinafrar a Constituinte.
Enfim, onde está a lisura, companheiras? Onde está a ética política? Onde está a coerência? A ambição comeu?

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