terça-feira, 22 de março de 2011
A nova configuração do sistema partidário brasileiro
Com tanta marola parecendo que o sistema partidário está passeando pela Líbia, talvez seja o caso de separar o joio do trigo (ou jogar a água do banho e segurar o bebê).
O que temos certeza?
1) Que PT e PSDB continuam liderando o sistema partidário. São dois partidos dominantes;
2) Que o PMDB é o principal partido de sustentação (um fiel) do sistema partidário. Sua força é sua fraqueza: é uma federação de lideranças regionais e não consegue se unificar num discurso e ideário. Em outras palavras, não elege Presidente da República, mas elege prefeitos, vereadores, deputados...
3) Que as eleições municipais de 2012 consolidarão o cenário pró-lulista ou apresentará fissuras governistas que poderão ser exploradas pela oposição (em especial, por Aécio Neves).
O que não temos certeza?
1) Que o PSDB se manterá sob a batuta de São Paulo. O único candidato à substituição paulista é Aécio Neves. Mas ele terá que aguardar um melhor momento para tentar dar o bote. Neste momento, está menos visível no Rio de Janeiro (sua terra natal de coração) que as filhas de Obama;
2) Não sabemos se o novo partido de Kassab, o PSD, será efetivamente lulista ou oposicinista, depois das eleições municipais. Nem sabemos se já terá se fundido com o PSB. Esta equação é importante porque evidentemente as eleições municipais e o rumo de Aécio Neves podem definir a escolha em 2013/2014
3) Não sabemos se PSDB, DEM e PPS estarão fundidos em 2012 ou 2013. Nem se PV terá se esfacelado entre pró-Serra ou pró-Marina. Mas Marina, sem vitórias de seu bloco nas eleições municipais do próximo ano será um novo Enéas, uma outsider ilustrada e querida, mas sem lastro. Já PPS vive a crise de ser serrista. Mas José Serra parece cada vez mais acuado, sem espaços reais em seu partido, ofuscado pelas aparições de FHC e pelo ataque frontal de Alckmin, aliado de momento de Aécio Neves
4) Não sabemos as intenções reais de Lula. Parece demonstrar que quer retornar em 2014. Ontem, chegou a afirmar que a grande imprensa quer provocar uma situação inexistente: ele e Dilma são inseparáveis. Alguém já viu Batman informar que ele e Robin são inseparáveis? Não, porque não é preciso. O Instituto Lula vai abrigar pesos-pesados da política petista. E Lula não foi ao famoso almoço para aparecer, o que efetivamente a grande imprensa ajudou a ocorrer (ela sempre morde as iscas que Lula joga o que me parece um problema de fundo edipiano).
Enfim, as dúvidas ainda são muitas. Mas as certezas criam um terreno que não é totalmente movediço.
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