sexta-feira, 30 de maio de 2008

Artigo no Le Monde


Artigo publicado no Le Monde (em 17 de maio), de autoria de Eric Le Boucher faz um contraponto entre os socialistas da Inglaterra, Itália, França e Alemanha (em dificuldades) e os latino-americanos. Afirma que falta-lhes um programa frente à globalização, além de superar a "tentação do centro". Em determinado momento, Eric se pergunta: "e se a questão for decidida na América Latina? O subcontinente foi dividido entre o centrista Lula e o esquerdista Chávez, entre uma política brasileira social-liberal e um radicalismo venezuelano. O duelo nos importa diretamente, pois os social-democratas são admiradores de Lula ao passo que Hugo Chávez é considerado modelo para o outro campo" (mais à esquerda). Continua sua análise:
"No Brasil, a ThyssenKrupp vai investir 4,6 bilhões de dólares numa nova siderúrgica. O Brasil captou 35 bilhões em investimentos estrangeiros no ano passado, um crescimento de 84%. O mercado da classe média atrai as fábricas e o emprego. Grande potência agrícola mundial, o país alimenta também uma ambição industrial. Reencontrando sua comodidade, o governo decidiu implantar uma política industrial de 125 bilhões de dólares para desenvolver as exportações e a high-tech. E acaba de criar um “fundo soberano”, a exemplo de Dubai ou da China, para financiar empresas brasileiras no exterior.Hugo Chávez também acaba de criar um fundo de cinco bilhões de dólares. Mas para defender sua moeda. Ele compra dólares que circulam no país para tirá-los do mercado negro onde o bolívar é desvalorizado em 50%. Uma dupla moeda é posta em prática, o que permite que os banqueiros acumulem lucros sem precedente."
É assim que a Europa vê Lula e Chávez.

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