domingo, 4 de maio de 2008

A privatização da educação pública no Brasil


Com os dados da notícia que publiquei abaixo fica mais fácil comentar o moviento Todos pela Educação. Trata-se da adoção de instrumentos da iniciativa privada na gestão da educação pública. O discurso dos coordenadores do movimento destrói o tratamento republicano na área. Mais um passo para a privatização da educação pública, em seu conteúdo e organização. É um movimento social real, privatista. Lembremos que 150 municípios de São Paulo já contratam sistemas apostilados privados (Objetivo, COC e Positivo) para as escolas públicas de suas redes (23% das 645 cidades paulistas). Há ainda outros 150 municípios no País com esse tipo de contrato, totalizando 300. Atualmente, há pelo menos 13 grandes grupos que atuam no mercado de sistemas de ensino: Objetivo, COC, Positivo, Expoente, Anglo, Pueri Domus, Uno, Ser, Ético, Etapa, Poliedro, Pitágoras e FTD. Os seis últimos ainda não atuam em escolas públicas.
Destaco, a seguir, trechos da entrevista de Mozart Neves, Presidente do Todos pela Educação, publicada na Folha de S.Paulo, C5, em 19/4/08:
“Fizemos os gestores públicos refletirem sobre a necessidade da profissionalização, com metas e clareza de onde se pretende chegar. Antes, havia boas intenções, mas sem rumo definido. Era tudo focado no processo, e não no resultado, que é o aluno de fato aprender. Agora, fui ao Piauí, cujo governador é do PT, e o secretário claramente aponta metas, resultados, premiação para os diretores por resultado. Aqui em São Paulo, com o PSDB, a Maria Helena também lançou premiação para os professores. Isso mostra que é preciso separar o joio do trigo. Não dá mais para fazer educação pensando que todo mundo é igual, todos vestem igualmente a camisa. Não dá mais para dar reajuste linear a todos.”
“Ainda há uma resistência de professore e diretores com a idéia de metas e resultados. Vai ser uma mudança cultural.”
“O Plano de Desenvolvimento da Educação, do MEC, profissionalizou a gestão, com diretrizes para que cada município, a partir do seu diagnóstico, consiga estabelecer seu plano. Outra mudança importante foi no financiamento. Antes, funcionava como balcão de negócios. (...) Agora, há diretrizes claras, com ajuda dos municípios com mais dificuldades."

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