sábado, 31 de maio de 2008

Alguns resultados do sistema de cotas


Não gosto do sistema de cotas porque ele não enfrenta o racismo. Trata do sintoma e não da causa. Mas gosto ainda menos da censura ou proselitismo auto-indulgente. Neste sentido, vale destacar o dado recém divulgado que, num universo de 54 universidades públicas que nos últimos oito anos adotaram o sistema de cotas no país, em ao menos quatro, distribuídas pelos principais Estados, alunos negros apresentam desempenho próximo, similar ou até melhor em relação aos não-cotistas. Resultados iniciais do aproveitamento de cotistas na Unicamp, Universidade Federal da Bahia (UFBa), Universidade de Brasília (UnB) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), questionam a hipótese que sugere que alunos negros estariam "entrando pela janela" das instituições superiores da rede pública. No biênio 2005-2006, cotistas obtiveram maior média de rendimento em 31 dos 55 cursos (Unicamp) e coeficiente de rendimento igual ou superior aos de não-cotistas em 11 dos 16 cursos (UFBa). Na UnB, não-cotistas tiveram maior índice de aprovação (92,98% contra 88,90%) e maior média geral do curso (3,79% contra 3,57%), porém trancaram 1,76% das matérias, contra 1,73% dos cotistas.

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