domingo, 10 de julho de 2011

Novos padres e a europeização da igreja católica brasileira

Já estou em São Paulo. Foram dois dias muito interessantes com os cursistas da Escola Fé e Política da Diocese de Leopoldina. Senti aquele ar da graça (já sei, trocadilho meio batido, não?) de tempos atrás, das CEBs, do engajamento político-social, da ação cidadão para além dos partidos políticos. Ouvi que a renovação dos padres não é mais acompanhada deste espírito. Eles chegam mais europeizados. Em outras palavras: os padres recém ordenados não gostam de engajamento político. Muitos gostam de cantar. E ficam nisto.

Lembro de um bispo me explicando a diferença do catolicismo europeu e o latino-americano (principalmente depois do Concílio Vaticano II). Ele dizia que a igreja católica da Europa adorava a cruz e a sofrimento. Os latino-americanos preferiam ler o Êxodo e a caminhada coletiva. Até mesmo a ressurreição. Algo como a polaridade psicanalítica da luta entre Tânatos e Eros. É uma pena que estamos caminhando para esta nova europeização.

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