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Estou me divertindo com a leitura da biografia escrita por Park Honan. O texto articula as características da vida e ambição familiar da Era Elisabetana com a formação e produção de Shakespeare. Até aí, tudo normal para uma biografia. Mas a novidade é que não é chato. Normalmente, o preâmbulo sobre a família do biografado é a parte que tentamos ler com rapidez e esquecer também rapidamente. Mas neste livro, a trajetória do pai, como conselheiro em Stratford, seus negócios não muito ortodoxos e éticos e sua decadência (em virtude do ataque ao mercado negro de lã) tem sentido. Até mesmo saber que a grafia de seu sobrenome não é certa (Sacksper ou Shaxpere aparecem em vários registros distintos) surpreende.
O fato é que Shakespeare, assim como Freud, foi filho mimado de uma família da elite local. Superprotegido, com razão, em virtude da peste negra que assolou o século XVI. Honan cruza esta informação de infância com passagens da obra de Shakespeare, como em Ricardo II. Comentarei, mais adiante, esta leitura.
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