quarta-feira, 20 de abril de 2011
Começa a entrar recursos do pré-sal
A Petrobrás vendeu nesta terça-feira, 19, a primeira carga de petróleo do pré-sal. O volume de 1 milhão de barris, extraído do Campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, foi vendido para a estatal chilena Empresa Nacional de Petróleo (Enap). O embarque deve ocorrer em maio e a carga será entregue em Quintero e San Vicente, no Chile.
Apesar do valor da negociação não ter sido revelado pela Petrobrás, o diretor de Abastecimento e Refino da companhia, Paulo Roberto Costa, disse que o preço obtido foi o principal fator na decisão de venda, além do fato de o parque de refino nacional ter atingido o limite de capacidade. "Estamos refinando tudo o que podemos, estamos no limite", afirmou Costa. Sem querer dar detalhes sobre o valor da negociação, o diretor apenas comentou que o petróleo leve do Campo de Lula obteve um "excelente preço". Costa também descartou a possibilidade de utilizar esse petróleo exportado para substituir o que a companhia importa hoje.
Segundo ele, são tipos distintos e o importado é usado apenas para a produção de lubrificantes.
Exportações. Nos dois primeiros meses de 2011, de acordo com dados disponíveis na Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Brasil importou um total de 18 milhões de barris de óleo e exportou 34 milhões. Em relação ao ano passado, o País já aumentou em 5% o volume exportado.
A principal característica da balança comercial do petróleo no Brasil é que a maior parte do óleo nacional é pesado, o que exige custos mais elevados para refino, que derrubam seu preço original, enquanto o óleo importado, mais leve, tem preço mais elevado. Isso começa a mudar com o óleo leve do Campo de Lula (ex-Tupi).
Preços. Em média, o preço do óleo nacional costuma ficar US$ 10 abaixo do valor do petróleo Brent, que é importado pela Petrobrás. Já o óleo do pré-sal possui uma qualidade mais elevada, com 28 graus API (escala usada para determinar a qualidade: quanto mais elevado o grau, melhor).
Na Bacia de Campos, a média é de 18 graus, mas na Arábia chega a ultrapassar 50 graus. Segundo Costa, não estão descartadas novas exportações se surgirem "boas oportunidades". "Temos um programa rodando em busca de oportunidades de compra e venda de carga no mundo todo, a todo o instante. O programa nos informa quais os preços oferecidos para cada tipo de petróleo", comentou.
O Campo de Lula está produzindo em projeto-piloto desde dezembro.
A capacidade do navio-plataforma é de 100 mil barris por dia, mas em 2011 a perspectiva é de chegar a atingir pelo menos 75 mil barris por dia.
Na área, a Petrobrás é sócia da BG e da Galp. Por enquanto, a BG e a Galp estão negociando sua parte de óleo diretamente com a estatal.
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