sábado, 12 de março de 2011

Síndrome da China


E, ainda aproveitando um sábado modorrento e a história da viúva Ching, relembro a história do filme “A Síndrome da China”. Na verdade, meu pai me lembrou deste filme, a despeito das manchetes dos jornais de hoje sobre o risco de contaminação nuclear no Japão. O filme, de 1979, retrata a história de uma reportagem sobre uma usina nuclear na Califórnia. A repórter (Jane Fonda) presencia um acontecimento registrado por seu cinegrafista. A partir daí, governo e emissora de televisão montam uma estratégia para abafar o caso. Kimberly (a repórter) e Richard (o cinegrafista) iniciam, então, uma investigação e recebem uma grande ajuda de Jack Godell (Jack Lemmon), um engenheiro da usina.
O filme retrata a expressão que significaria uma catástrofe que atingisse um reator nuclear. Nesta situação, o núcleo aquece a temperaturas extremas, ao ponto de fundir a própria base onde está montado e "afundar" no solo, derretendo tudo o que encontra para baixo. Hipoteticamente nesta situação, como a quantidade de energia é absurdamente alta, ele poderia ir derretendo o solo e "mergulhando" cada vez mais fundo, até chegar na China, atravessando todo o centro do planeta. Daí o nome "Síndrome da China".
Todo este blá-blá-blá para dizer que parece muito estranha toda esta história envolvendo a usina nuclear de Fukushima. Depois de informarem que o dano não teria sido tão grande e que a explosão não teria afetado o reator, agora a Agência de Segurança de Energia Nuclear do Japão anunciou que outro reator da usina está apresentando problemas em razão do terremoto que atingiu o país ontem. De acordo com as informações, o sistema de resfriamento do reator 3 também parou de funcionar, o mesmo problema que causou a primeira explosão na usina.
Uma história confusa que revela o quanto os interesses comerciais e de Estado nem sempre combinam com liberdade de imprensa e transparência, seja em país árabe, muçulmano, cristão, ocidental ou asiático (não vou ficar citando todos os continentes ou o leitor terá razão em me chamar de louco varrido).

5 comentários:

AMADORA DAS ESCRITAS disse...

Se realmente estiver havendo super aquecimento da usina nuclear lá do Japão, pode derreter a base da usina nuclear
e derretendo,existe o risco da Síndrome da China.
A televisão não sei por que cargas d água não está alertando a população quanto a isso.
Derretendo ela irá atingir o Rio onde existem as Usinas Nucleares de Angra.

@Limarco disse...

Infelizmente muito ouviremos falar dos danos nesse reator. Pior ainda, o de Chernobil, que continua fazendo estragos e parece que não existe para isso a finidade. Aguardemos, de 2012 passamos.

Unknown disse...

Viajou em Izildinha, rsss! Para os incautos que possam se assustar com seu post, vale ressaltar que mesmo na pior da hipótese, se o reator fundisse e derretesse a sua base, sem causar uma explosão como em Chernobil, poderia até derreter a crosta da terra e afundar, todavia, a gravidade do planeta o atrairia para o centro, o que torna impossível, qualquer fragmento retornar a superfície... No filme Sindrome da China, ficção científica, eles "esquecem" deste detalhe em virtude do enredo!!!!

Rudá Ricci disse...

Poxa, Taico. Fiz toda uma série de postagens criando um enredo (de piratas à China, da China à Síndrome da China e tal) e você me joga na lona? Que é isso, companheiro?

Saulonet disse...

Se fosse no Irã ou Líbia, já estariam falando de irresponsabilidade etc. Mas o que muitos não sabem é que as empresas destas usinas nucleares já falsificaram relatórios de segurança no passado e que o tipo de reator que eles usam é antiquado, segundo projetistas da GE, que inventou este tipo de reator, ele pode sim explodir, pois não tem contenção suficiente como os alemães, franceses, brasileiros e americanos mais recentes. Alem do combustível usado nele ser MOX, reutilizado (reprocessado) sendo assim mais tóxico, cerca de 0,001 mg pode matar um ser humano.