quarta-feira, 2 de março de 2011

Melhores sistemas educacionais do mundo


Juliana Doretto
Especial para o UOL Educação

Ausência de processos de seleção para a entrada de alunos e mais autonomia para as escolas. Esses dois itens são listados pelos resultados do último Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), divulgado em dezembro de 2010, como algumas das ações em comum nos sistemas escolares que conseguem educação de qualidade. Segundo o Pisa, os sistemas escolares que dão a mesma oportunidade aos alunos tendem não apenas a ter notas melhores mas também a reduzir a influência da realidade social e econômica dos estudantes no seu desempenho escolar. São sistemas em que todos os alunos, com contextos diferentes, têm as mesmas oportunidades para aprender e frequentam as mesmas escolas. Além disso, eles raramente repetem de ano ou são transferidos de escolas por problemas de comportamento ou por pouco rendimento acadêmico.
O programa de avaliação lista as escolas de Coreia do Sul, Finlândia, Canadá, Japão, Noruega, Estônia, Islândia e Hong Kong como as mais bem-sucedidas na avaliação. Isso significa, para o Pisa, que elas têm performance em leitura acima da média dos países da OCDE (493 pontos) e que o contexto sócio-econômico dos estudantes tem um impacto menor nesse resultado do que ocorre na média da OCDE (14% da variação na performance vem do contexto de vida do aluno). “Isso representa um funcionamento eficiente da escola. Ela consegue ser democrática e atender o aluno da forma como ele chega. Não é algo baseado na retenção, mas no trabalho do dia a dia”, explica a educadora Silvia Gasparian Colello, da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo).
Outra característica comum entre os sistemas que conseguem bons resultados é a grande autonomia que eles dão às suas escolas. Elas podem formular seus currículos e definir suas formas de avaliação. “Isso permite que elas se ajustem a seus perfis de aluno, tirando o melhor proveito da diversidade”, diz Silvia Colello.

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