domingo, 13 de março de 2011
Cisne Negro é hitchcockiano
Sei que dirão que é exagero, mas somente Morangos Silvestres me deixou mais desnorteado na saída do cinema que este Cisne Negro. Ele tem um toque hitchcockiano, aquele toque que deixa o espectador em estado de ansiedade permanente e crescente porque sabemos do que ocorrerá e o personagem principal continua incauto. Tem também aquela angústia psicológica. Num determinado momento, entrei no filme e desliguei o radar da consciência. Como nossa sociedade é cada vez mais marcada pela necessidade de sucesso, o filme toca em áreas bem densas e recôndidas do nosso inconsciente, que recolhe tudo, do real e do fantasioso da nossa existência.
A ansiedade acaba com toda a evidente sensualidade que o filme tenta expressar, porque desafia ao limite a personalidade da protagonista, Nina. Os mais de vinte prêmios internacionais que o filme recebeu parecem, desta vez, merecidíssimos (desconfio muito dos conluios e interesses comerciais que envolvem esses prêmios).
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