domingo, 13 de fevereiro de 2011
Na Argélia, governo começou batendo
Da UOL e Euronews:
Um impressionante aparato policial impediu neste sábado que milhares de pessoas se manifestassem nas ruas da capital da Argélia pela democratização do regime do país, no que foi o maior protesto vivido na capital em uma década. Mais de 3.000 argelinos, desafiando a proibição do governo, se concentraram na praça Primeiro de Maio uma hora antes de começar o protesto, mas foram impedidos de percorrer as ruas pelos cerca de 30 mil policiais e tropas de choque que tomaram a cidade neste sábado. A passeata havia sido convocada há quase um mês, após a queda do presidente Zine el Abidine Ben Ali na Tunísia, pela entidade Coordenadora Nacional pela Democracia e a Mudança (CNDC), que reúne várias organizações da sociedade civil e a alguns partidos de oposição. Centenas de policiais uniformizados e à paisana se misturaram entre os manifestantes e detiveram dezenas de pessoas, entre elas vários sindicalistas e representantes de organizações da sociedade civil pertencentes à direção da CNDC. Também foram mobilizada força policial em várias cidades dos 17 estados onde as manifestações ocorreram, em confrontos com a polícia e cenas de pilhagem. Segundo o jornal El Khabar, um jovem de 18 anos terá sido morto ontem a tiro pela polícia, depois de centenas de jovens terem ocupado o edifício dos correios na cidade de Msila, a sudoeste da capital. Uma fonte médica citada pela agência AFP dá conta da morte de um homem de 32 anos, em Bou Smaïl, a Leste da capital, igualmente durante uma manifestação. Há informações que apontam para uma segunda vítima na mesma cidade, que terá sucumbido aos seus ferimentos, no hospital.
Os protestos, encabeçados por grupos de jovens, espalharam-se desde o início da semana a todo o país. Os jovens argelinos que constituem 70% da população, protestam contra a falta de emprego e o elevado custo de vida.
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