quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Crítica do filme Bravura Indômita
Do hojeemdia.com.br:
Destaque do filme fica por conta das interpretações de Jeff Bridges e da estreante Hailee Steinfeld e da fotografia
Thiago Ricci - Repórter - 10/02/2011 - 09:35
Um dos favoritos ao Oscar de 2011 com 10 indicações, "Bravura Indômita" estreia cheio de expectativas nesta sexta-feira (11) nas telonas em todo o Brasil. Com diálogos consistentes, atuações primorosas e admirável fotografia, o filme corresponde à maioria dos anseios. O longa-metragem é baseado no bestseller homônimo escrito por Charles Portis em 1968, que já havia sido levado aos cinemas e se destacado pela atuação de John Wayne, que lhe rendeu o Oscar de melhor ator em 1970. O gênero esquecido que dominou Hollywood por décadas instigou os irmãos Joel e Ethan Coen. Após usar o cenário texano para conquistar o Oscar com um filme contemporâneo ("Onde os Fracos Não Têm Vez"), os diretores resolveram estrear no western com um elenco de peso. O escolhido pelos diretores para tentar repetir o sucesso de Wayne na pele do xerife beberrão Rooster Cogburn foi Jeff Bridges, dono de uma estatueta de melhor ator por "Coração Louco". Matt Damon (LaBoeuf), Josh Brolin (Tom Chaney) e Barry Pepper (Ned Sortudo) completam os nomes famosos, mas quem rouba a cena é a estreante Hailee Steinfeld.
A jovem atriz de 14 anos interpreta a forte e determinada Mattie Ross, obcecada por vingar a morte do próprio pai. O ponto alto da trama se dá justamente pela atuação dos atores, principalmente da surpreendente Steinfeld (indicada a Melhor Atriz Coadjuvante) e Jeff (que concorre a Melhor Ator).
Alguns diálogos e interpretação primorosos entusiasmam o público, como a negociação de cavalos conduzida pela menina Mattie ou o depoimento do irreverente Cogburn no tribunal. Texto preciso e um tom de humor na medida certa ditam as intrigantes falas.
Interessante observar o contraste entre os 'justiceiros' Cogburn e LaBoeuf. O primeiro é o emblemático 'cowboy', solitário, impulsivo e fatal, enquanto o último tem as ações pautadas por boa conduta. A diferença é estendida até na forma de se vestir, mas o respeito e o ciúme (causado por Mattie Ross) mútuos são inegáveis.
A fotografia também se destaca em "Bravura Indômita". O diretor Roger Deakins superou as dificuldades do terreno típico de western para exibir admiráveis cenas noturnas. "Os maiores desafios estavam relacionados à escala física das locações e à logística de iluminação. Eu também quis brincar um pouco com cores nas cenas noturnas, torná-las mais azuis, e com a luz do fogo, contrastando a rispidez do dia com os mistérios da noite", relatou Deakins.
Cenários do século XIX são bem explorados no filme, além do figurino certeiro. A história se passa nos anos 1870, em uma época que a estética das roupas é substituída pela durabilidade e pelo aquecimento que ele traz. As gravações feitas no Texas e no Novo México revivem com sucesso o clima da época.
O que pode decepcionar são as cenas de ação, carregadas com a expectativa do gênero e principalmente pelas características dos Irmãos Coen, diretores de "Onde os Fracos Não Têm Vez". O cuidadoso desenvolvimento dos confrontos - além da conhecida violência dos diretores - foi pouco explorado em "Bravura Indômita". A trama também perde um pouco o fôlego no desfecho, mas o talento dos atores e a fotografia do filme valem o ingresso.
Indicações do filme para o Oscar
Melhor filme - Bravura Indômita
Melhor diretor - Joel e Ethan Coen
Melhor ator - Jeff Bridges
Melhor atriz coadjuvante - Hailee Steinfeld
Melhor fotografia - Roger Deakins
Melhor roteiro adaptado
Melhor direção de arte
Melhor figurino
Melhor edição de som
Melhor mixagem de som
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